Lúcia Nórcio
Repórter da Agência Brasil
Curitiba - O ex-deputado estadual paranaense Luiz Fernando Ribas Carli Filho deixou a audiência realizada no Tribunal do Juri na tarde de hoje(10), em Curitiba, sob um forte esquema de segurança e aos gritos de “justiça, assassino”. Populares, familiares e amigos dos jovens Gilmar Rafael Yared, de 26 anos, e Carlos Murilo de Almeida, 20, esperavam com faixas e adesivos o final do interrogatório do ex-parlamentar sobre o acidente de trânsito que resultou na morte dos dois jovens, em maio do ano passado.
A audiência durou menos de uma hora. Nesse período, ele não fez referência ao acidente. Apenas falou sobre fatos de sua vida antes e depois do acidente, alegando não se lembrar do momento em que seu carro bateu no dos rapazes, por ter sofrido traumatismo craniano.
A expectativa era de que o juiz Daniel Ribeiro Surdi de Avelar, que presidiu a audiência, decidisse hoje se o caso iria a júri popular ou se será julgado por um juiz singular. No entanto, o magistrado apenas deu um prazo de mais 15 dias para que as partes (advogados de defesa, acusação e testemunhas) se manifestem no processo em que o ex-deputado é acusado de dirigir em alta velocidade e embriagado. “Cada parte tem cinco dias para se manifestar, e o juiz aguarda 15 dias para julgar”, explicou o assistente de acusação do Ministério Público, Elias Mattar Assad.
Segundo Assad, o ex-parlamentar admitiu durante a audiência que bebeu vinho, mas em pequena quantidade, antes do acidente, ocorrido na madrugada do dia 7 de maio de 2009. Carli Filho saiu de um restaurante e ia para casa quando o carro dele bateu contra um Honda Fit, ocupado pelos dois jovens. Os carros foram parar em uma via lateral. Pedaços de lataria, vidros e ferros ficaram espalhados por cerca de 100 metros. Os dois jovens morreram no local.
Edição: João Carlos Rodrigues