Ataque à frota humanitária seguiu leis internacionais, diz primeiro-ministro de Israel

09/08/2010 - 8h26

Da Agência Brasil

Brasília - O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse hoje (9) que as autoridades israelenses agiram "de acordo com as leis internacionais" no ataque à frota de ajuda humanitária à Faixa de Gaza, no dia 31 maio. Netanyahu depôs no inquérito que investiga o ataque no qual nove ativistas foram mortos e mais de 30 ficaram feridos. A maioria das vítimas era de origem turca. Segundo ele, o inquérito será uma "investigação cuidadosa" do episódio. As informações são da agência BBC Brasil.

O ataque gerou uma crise diplomática entre Israel e Turquia, além de protestos de vários países, inclusive do Brasil. "Estou convencido de que no fim da investigação, ficará claro que o Estado de Israel e as IDF [sigla em inglês para as Forças de Defesa Israelenses] agiram de acordo com as leis internacionais", disse Netanyahu.

A comissão de inquérito foi criada em meio a intensa pressão internacional para que fosse investigado o caso. Alguns observadores, entretanto, afirmam que a comissão dificilmente conseguirá responder o porquê de a operação ter terminado desta forma.

Netanyahu não terá que defender a política israelense em relação a Gaza diante da comissão e parte de seu depoimento poderá ser feita de forma privada. O ministro da Defesa israelense e o chefe do Exército também deverão prestar depoimento ainda nesta semana. Observadores afirmam que os próximos inquéritos internacionais sobre o tema poderão ser mais analíticos e críticos sobre a política do governo israelense no território.

No dia do ataque, autoridades israelenses alegaram que os ativistas estavam determinados a atacar os soldados que participavam da ação militar. Autoridades turcas descreveram a ação como "terrorismo de Estado".

Sob críticas da comunidade internacional, nos últimos meses, o governo de Israel reduziu o bloqueio à Faixa de Gaza ao autorizar a entrada de certos tipos de alimentos e alguns bens de consumo. Mas mantém as restrições a produtos considerados úteis na fabricação de armamentos, o que inclui material de construção.

Edição: Lílian Beraldo