Lula diz que trabalhou para construir harmonia na América do Sul

03/08/2010 - 19h38

Luiz Antônio Alves

Correspondente da Agência Brasil na Argentina

 

San Juan - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje (3) que durante os seus quase oito anos

de governo trabalhou todo o tempo para construir a harmonia entre os países da América do Sul. Por isso, não deixará de atuar no recente conflito entre a Venezuela e a Colômbia.

 

O governo de Hugo Chávez cortou relações diplomáticas com a Colômbia no dia 22 de julho, depois que o embaixador do país na Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Alfonso Hoyos, apresentou fotos, vídeos e documentos que comprovariam a presença de guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e do Exército Nacional da Libertação Nacional (FLN) na Venezuela.

 

Na entrevista coletiva que concedeu na tarde de hoje em San Juan, após o encerramento da 39ª Cúpula do Mercosul, Lula disse que "é preciso levar em conta que, muitas vezes, existem divergências momentâneas entre os países. Já houve problemas entre a Argentina e o Uruguai, entre o Brasil, Bolívia e Paraguai e, agora, Venezuela com a Colômbia'

 

Hoje, disse Lula, o Brasil não tem nenhum problema com a Bolívia ou com o presidente Evo Morales e nem com o Paraguai. "Estive no Paraguai agora para dar início a construção de uma linha de transmissão de energia de praticamente 500 quilômetros e iniciamos a construção de uma fábrica brasileira de cimento no país. Acho que a Venezuela e a Colômbia precisam compreender o que pode acontecer com os dois países, a médio e longo prazos, com o atual problema".

 

O presidente confirmou que terá reunião bilateral com o presidente Chávez na próxima sexta-feira (6). Em seguida, vai ao jantar de despedida que o presidente Álvaro Uribe oferecerá na noite de sexta e, no sábado (7), assistirá à posse do novo presidente colombiano, Juan Manuel Santos. "Foi isso que eu fiz nos oito anos em que estou na Presidência: tentar construir a harmonia entre os companheiros e não vai ser na minha saída que vou criar qualquer desarmonia."

 

Edição: João Carlos Rodrigues