Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A crise entre Venezuela e Colômbia é tema de discussões bilaterais e multilaterais, em San Juan, na Argentina, durante a 39ª Cúpula do Mercosul. O objetivo é indicar que todos os países querem contribuir para negociar um acordo entre venezuelanos e colombianos sem prejuízos políticos e econômicos para a região. Porém, o fim do impasse é esperado apenas para a próxima semana, depois que o novo presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, tiver assumido.
Na posse de Santos, no sábado (7), são esperados todos os presidentes dos países sul-americanos. As presenças demonstram o interesse da região em garantir a paz e a unidade na área, de acordo com diplomatas.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou que a presença e disse que vai conversar com Santos sobre o conflito. Antes, Lula se reunirá com o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, em Caracas. Deverá ser o último encontro bilateral de ambos, pois em dezembro Lula conclui seu mandato.
Na conversa com Chávez, Lula deve reiterar o apelo para que ele tenha tranquilidade, flexibilidade e boa vontade ao negociar com Santos, segundo interlocutores. A ideia de Lula é que Chávez apoie a defesa pela harmonia na região como meio de garantir a segurança do continente.
Com Santos, a expectativa dos negociadores brasileiros é que a conversa seja pragmática por esta ser a principal característica do presidente eleito da Colômbia, segundo diplomatas. A história pessoal de Santos contribui para isso. O pai dele, Francisco Santos Galvi, foi morto por integrantes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e o próprio presidente eleito sofreu um atentado deixando-o com problemas na mandíbula.
No período em que foi ministro da Defesa do atual presidente colombiano, Álvaro Uribe, Santos foi bastante incisivo com as Farc e o Exército da Libertação Nacional (ELN). Apesar de ser considerado um homem incisivo, líderes das Farc anunciaram na semana passada que estão dispostos a negociar com ele, depois da posse.
Paralelamente, a crise entre Venezuela e Colômbia envolve um capítulo à parte. Ambos os países mantêm uma relação tensa por uma série de divergências políticas e ideológicas. Mas no último dia 22, houve um acirramento, depois que Chávez anunciou o rompimento das relações com o governo do presidente colombiano, Álvaro Uribe.
Chávez tomou a decisão depois de o embaixador da Colômbia na Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Alfonso Hoyos, mostrar, durante sessão extraordinária do órgão, fotografias, vídeos e testemunhos para comprar a existência de 87 acampamentos e 1,5 mil guerrilheiros em território venezuelano.
Edição: Lílian Beraldo