Ativista teme pela vida do advogado da iraniana condenada à morte e apela a Lula

03/08/2010 - 17h13

Da Agência Brasil

Brasília – O diretor da organização de Direitos Humanos do Irã, Mahmood Amiry-Moghaddam, apelou hoje (3) para que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva peça ao governo iraniano para salvar a vida do advogado que defende a mulher acusada de adultério e condenada à morte por apedrejamento. Segundo o ativista, Mohammad Mostafaei, advogado da iraniana Sakineh Mohammadi Ashtiani, corre sério risco de morrer.

As informações são da agência BBC Brasil. "Peço ao presidente Lula e ao povo brasileiro que ajudem o advogado de Ashtiani. Eles vêm sofrendo intimidação das autoridades policiais do Irã", disse Moghaddam. Segundo ele, Mostafaei, que também defende outras pessoas que teriam os direitos negados pelo governo, se encontra escondido.

Moghaddam afirmou que a mulher de Mostafaei, Fereshteh Halimi, e o cunhado dele, Farhad Halimi, foram presos há uma semana. O sogro do advogado teria sido preso no último domingo (1º). "Outros membros de sua família, assim como parentes de Ashtiani, sofrem vigilância por parte das autoridades iranianas", afirmou o ativista.

De acordo com Moghaddam, o advogado escreveu uma carta às autoridades iranianas pedindo que seus parentes fossem soltos, argumentando que foram presos "sob atos injustificados e contrariando o princípio de crimes pessoais".

Sakineh Mohammadi Ashtani, de 43 anos - condenada à morte por apedrejamento no Irã sob acusação de adultério, depois da morte do marido. Ashtani e a família negam as denúncias.

Outra ativista iraniana, Mina Ahadi, que mantém uma campanha de assinaturas na internet em favor de Sakineh Ashniati, escreveu uma carta aberta ao presidente Lula elogiando a oferta a Ashtiani. Ela também citou o nome de outras mulheres iranianas que foram mortas por apedrejamento no Irã e o drama vivido por seus filhos.

"Este regime é um governo de execuções e apedrejamento que coloca pessoas nas prisões todos os dias e corta seus pés e mãos. Este é um regime que executa mais pessoas per capita do que qualquer outro governo no mundo. Um regime assim não deveria ser reconhecido pelas organizações internacionais e chefes de Estado", diz Ahadi, na carta a Lula.

Hoje (3) o porta-voz do Ministério do Exterior iraniano, Ramin Mehmanparast, afirmou que o presidente Lula tem "personalidade emotiva" e que sua proposta de asilo à iraniana Sakineh Mohammadi Ashtiani estava baseada em informações insuficientes sobre o caso.

 

 

Edição: Rivadavia Severo