Chanceler da Venezuela diz que reunião da Unasul será oportunidade para a paz com a Colômbia

27/07/2010 - 16h33

Luiz Antônio Alves
Correspondente da Agência Brasil na Argentina

Buenos Aires – O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Nicolás Maduro, disse hoje (27), na capital argentina, que a experiência de Néstor Kirchner quando exerceu a presidência do país será muito importante para sua atuação como secretário-geral da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), principalmente na intermediação do conflito entre a Venezuela e a Colômbia. Ele encontrou-se com secretário-geral logo depois da audiência que manteve com a presidente da Argentina, Cristina Kirchner.

O chanceler Maduro disse que sua conversa com Néstor Kirchner foi muito "franca e direta", ao trocarem informações sobre o conflito regional. Ele disse que a reunião da próxima quinta-feira (29) entre os chanceleres da Unasul em Quito, capital do Equador, será uma oportunidade para "a construção de uma nova etapa de paz no continente".

Segundo Maduro, o próximo governo colombiano precisa modificar profundamente sua relação com a Venezuela, para impedir a ocorrência de novos conflitos. Essas relações, disse, "precisam estar baseadas no respeito absoluto às instituições e à sociedade venezuelanas". De acordo com Maduro, na reunião da Unasul a Venezuela apresentará uma proposta concreta que permitirá estabelecer um plano de paz entre os dois países em conflito.

O chanceler venezuelano estará ainda hoje no Chile e, em seguida, visitará o Peru e a Bolívia. "Vamos conviver todos como bons vizinhos e avançar até encontrarmos processos que tornem possível uma verdadeira colaboração entre todos. Aguardemos o início do novo governo colombiano. Esperamos que os acontecimentos evoluam no rumo da paz".

Na madrugada de hoje, Kirchner tomou a primeira iniciativa como secretário-geral da Unasul ao encontrar-se com o presidente eleito da Colômbia, Juan Manuel Santos, na embaixada colombiana em Buenos Aires. Em rápida entrevista logo após a reunião, Kirchner disse que "trocamos informações sobre a realidade internacional e a da região. Minha tarefa é escutar atentamente ao senhor presidente Juan Manuel Santos. Estou muito mais informado sobre a situação [o rompimento das relações diplomáticas entre a Venezuela e a Colômbia]".

A futura ministra das Relações Exteriores da Colômbia, Maria Ángela Holguin, também participou do encontro entre Santos e Kirchner. Ela disse que a viagem à Argentina faz parte de uma série de visitas que o presidente eleito fará pela América Latina. “A reunião com o secretário-geral da Unasul foi de grande importância”, afirmou.
 

 

Edição: Rivadavia Severo