AGU nega que Lula tenha violado Lei Eleitoral na cerimônia do trem-bala

19/07/2010 - 16h01

Ivan Richard, Yara Aquino e Paula Laboissière
Repórteres da Agência Brasil

Brasília - O advogado-geral da União (AGU), Luís Inácio Adams, negou hoje (19) que o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, tenha violado a Lei Eleitoral na semana passada, durante cerimônia oficial de lançamento do edital da licitação para a construção de trem de alta velocidade (TAV). Na ocasião, Lula atribuiu à candidata do PT à sucessão presidencial, Dilma Rousseff, o sucesso do projeto.

Adams argumentou que o fato de o presidente ter citado o nome da candidata não foi um abuso de poder. “[A citação do nome da Dilma] não caracteriza campanha. O ato de campanha exige que haja um evento dirigido àquela candidatura em particular e o pedido de voto, e isso não aconteceu”, disse Adams, após participar, no Itamaraty, da cerimônia de assinatura da medida provisória, que flexibiliza o limite de endividamento das cidades-sede da Copa do Mundo de 2014.

“Ele [Lula] relacionou os nomes de vários colaboradores para aquele projeto [do TAV], entre os quais o da ex-ministra Dilma. Não foi uma única pessoa citada. A citação, inclusive, foi de pouco mais de cinco, dez segundos em um universo de 20 minutos de discurso. Para caracterizar [campanha] tem que ter um mínimo de proporcionalidade, o que não aconteceu de fato”, acrescentou o advogado-geral da União.

Adams ainda minimizou as críticas feitas por dirigentes do PT à procuradora-geral Eleitoral, Sandra Cureau, que, na semana passada, disse que Lula poderia ter cometido abuso de poder e infringido a legislação eleitoral. “A procuradora está fazendo o trabalho dela de apuração e, evidentemente, quando os fatos forem apresentados ela vai entender isso e não vai agir além do que pode ser entendido como violação da Lei Eleitoral”.

 

Edição: Antonio Arrais