Colômbia promete apresentar provas da presença de guerrilheiros das Farc e do ELN na Venezuela

16/07/2010 - 7h49

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O governo colombiano deve apresentar nas próximas horas provas de que alguns dos principais líderes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e do Exército da Libertação Nacional (ELN), guerrilhas que tiveram origem no país, estão na Venezuela. Ontem (15) foi divulgado um comunicado pela Presidência da República informando que há “evidências” sobre as suspeitas. O documento não mencionada o presidente venezuelano, Hugo Chávez.

A expectativa era que os detalhes sobre as suspeitas fossem divulgados ontem, o que acabou não ocorrendo. O presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, fez um discurso à noite com críticas à atuação das guerrilhas na região. “Essas guerrilhas marxistas se tornaram mercenárias do tráfico de drogas e também geraram a reação cruel de paramilitares, alguns cooptados pelo narcotráfico”, disse.

No comunicado, as autoridades afirmam que as “evidências” indicam que Ivan Márquez, Rodrigo Granda, Ricardo Timoleon Jimenez, conhecido como Timochenko, e Germain Briceño, chamado de Grannobles, e Carlos Marín Guarín, o Pablito, estão em território venezuelano. O documento informa ainda que há suspeitas de que outros integrantes das Farc e do ELN também estejam na Venezuela.

“O governo nacional tem provas da presença, na República Bolivariana da Venezuela, de alguns líderes do grupo terrorista das Farc”, diz o comunicado. “Nas próximas horas o ministro da Defesa [Gabriel Silva] apresentará a documentação”, completa o documento. Não há mais dados nas páginas na internet da Presidência da República nem do Ministério da Defensa e do Exército da Colômbia.

A reação do governo Uribe deve ter respostas de Chávez. Em março de 2008, o venezuelano apoiou o presidente do Equador, Rafael Correa, em um impasse com Uribe em um conflito armado no combate à ação das Farc em território equatoriano. A crise envolveu o Equador, a Colômbia e Venezuela.

Na ocasião foi morto o número dois das Farc, Raúl Reyes. Ele era apontado como um dos principais líderes do grupo. À época foram confirmadas pelo governo colombiano a morte de mais 16 homens. Com isso os governos da Venezuela e do Equador anunciaram o rompimento das relações diplomáticas com a Colômbia. A iniciativa ocorreu após o governo Uribe informar que havia suspeitas de que as Farc e os governos do Equador e da Venezuela manteriam um acordo envolvendo apoio e fornecimento de armas.

Edição: Juliana Andrade