Pedro Peduzzi
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Os números sobre novos postos de trabalho em junho deste ano, menores do que os registrados em maio de 2010 e em junho do ano passado, não significam, para o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, uma desaceleração, mas sim, acomodação do mercado. A afirmação foi feita durante a divulgação dos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de junho.
A abertura de 212.952 mil empregos com carteira assinada em junho, de acordo com o Caged, representa o segundo melhor resultado da série histórica para o mês, abaixo apenas do registrado em junho de 2008, quando foram criadas mais de 309 mil vagas. Em maio deste ano, foram registradas 298 mil novas vagas. Se for considerado o primeiro semestre de 2010, a abertura de 1,473 milhão de vagas representa recorde histórico, batendo a marca anterior registrada no primeiro semestre de 2008, quando foram criadas 1,36 milhão de vagas.
“Não se trata de desaceleração. É apenas uma acomodação, após uma série de recordes históricos”, disse o ministro. Segundo ele, os setores que mais influenciaram essa acomodação no mês de junho foram construção civil , indústria e serviços, que cresceram em ritmo menor do que o registrado nos meses anteriores. Ele acrescentou que “houve uma diminuição nas contratações na área de educação, em função do efeito das férias”.
Lupi informou que dos oito setores pesquisados, seis apresentaram geração recorde de emprego no semestre. Foram 490 mil novos postos no setor de serviços (crescimento de 3,72% em relação ao primeiro semestre de 2009); 394 mil na indústria da transformação (+ 5,31%); 230 mil na construção civil (+10,16%), enquanto o comércio abriu 144 mil postos de trabalho (+1,95%). O setor agrícola foi o que apresentou a maior taxa de crescimento para o período (11,98%), gerando 175 mil postos.
“Na média, o saldo é muito positivo e, pela lógica, voltará a crescer em julho. Não posso afirmar ainda, mas acredito que [a geração de empregos] voltará a ser recorde por causa da educação e da exportação de carne e soja. O segundo semestre certamente será bom e melhor do que o de 2009, com uma geração acima de 1 milhão de empregos”, previu Lupi. “Vamos atingir a meta de criar 2,5 milhões de empregos em 2010, e 15 milhões de empregos ao longo dos dois mandatos do presidente Lula”, garantiu. Desde o início do primeiro governo Lula foram criados 13,226 milhões de empregos no país.
Edição: Vinicius Doria