Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O governo do presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, promete apresentar ainda hoje (15) provas de que alguns dos principais líderes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) estariam escondidos na Venezuela. As informações são da Presidência da República colombiana. Segundo o comunicado governamental, há evidências de que Ivan Márquez; Rodrigo Granda; Ricardo Timoleon Jimenez, conhecido como Timochenko; Germain Briceño, chamado de Grannobles; e Carlos Marín Guarín, o Pablito; estariam em território venezuelano.
O documento informa ainda que há suspeita de que outros integrantes das Farc e do Exército da Libertação Nacional (ELN) também estejam na Venezuela. “O governo nacional tem provas da presença, na República Bolivariana da Venezuela, de alguns líderes do grupo terrorista das Farc”, diz o comunicado. Em seguida, informa que “nas próximas horas o ministro da Defesa [Gabriel Silva] apresentará a documentação”.
De acordo com o Exército, tropas militares desarticularam hoje bases atribuídas às Farc nas regiões de Guaviare, Meta e Tolima. Em um dos esconderijos foram encontrados 400 cartuchos de munição e 60 quilos de explosivos. Ainda de acordo com os militares colombianos, foram destruídas minas antipessoais, supostamente colocadas por membros das Farc nas zonas rurais do município de Puerto Rico, no Departamento de Meta. Na cidade de Calamar, em Guaviare, as unidades do Exército informaram ter localizado 22 minas antipessoais.
A iniciativa de Uribe pode provocar reações do presidente da Venezuela, Hugo Chávez. Há cerca de dois anos, Chávez apoiou o presidente do Equador, Rafael Correa, em um conflito com Uribe por causa do combate à ação das Farc na região de fronteira entre os dois países. Em março de 2008 foi deflagrada uma crise diplomática entre Equador, Colômbia e Venezuela. O estopim foi o ataque de militares colombianos a um acampamento de guerrilheiros em território do Equador. Na ação, 16 pessoas foram mortas, entre eles o número dois das Farc, Raúl Reyes.
Por causa do incidente, os governos da Venezuela e do Equador anunciaram o rompimento das relações diplomáticas com a Colômbia. A iniciativa ocorreu após o governo Uribe informar que havia suspeitas de que as Farc e os governos do Equador e da Venezuela manteriam um acordo envolvendo apoio e fornecimento de armas.
Edição: Vinicius Doria