Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge Caldas, disse “não ter esperança” quanto às investigações conduzidas pela Corregedoria-Geral da Receita Federal sobre um suposto vazamento de suas informações fiscais protegidos por sigilo. Ele acompanhou hoje (14) toda a audiência pública da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado que ouviu o Secretário da Receita Federal, Otacílio Cartaxo, convidado para esclarecer as denúncias de quebra de sigilo publicadas pela imprensa.
“Vou dar um voto de confiança à corregedoria, mas não tenho esperança”, disse o ex-ministro do governo Fernando Henrique Cardoso. Eduardo Jorge ressaltou que pediu cópia do processo ao órgão, que já tem os nomes dos auditores e funcionários que acessaram seus dados, e não foi atendido. “A corregedoria disse que eu tinha direito [às informações] mas não me encaminhou o processo”.
O vice-presidente do PSDB cobrou da Receita Federal a conclusão das investigações ainda no período eleitoral, ou seja, até 1º de outubro. Ele ressaltou que como a denúncia de formação do suposto dossiê ocorreu “em ambiente e com propósito eleitoral” a conclusão das investigações terão que ser concluídas ainda neste período.
O dirigente tucano recebeu o apoio do senador Eduardo Suplicy (PT-SP), que também recomendou uma resposta conclusiva pela corregedoria antes de 1º de outubro. “Isso é de interesse de todos”, afirmou.
O secretário, por sua vez, limitou-se a dizer que essas investigações têm ritos e prazos para se estabelecer o contraditório e o direito à ampla defesa sob o risco de eventuais processos serem anulados pela Justiça. Como o órgão têm até 120 dias para concluir as investigações, o relatório final poderá se estender até depois das eleições.
A sindicância para investigar o possível vazamento de dados fiscais de Eduardo Jorge foi aberta no dia 21 de junho. Otacílio Cartaxo disse, também, que no dia 2 de junho foi aberta sindicância para apurar o possível vazamento de informações sobre a empresa Natura, que responderia a um processo na Receita, que tem como um dos controladores o empresário Guilherme Leal, que ocupa a vaga de vice na chapa de Marina Silva à Presidência da República, pelo Partido Verde.
Edição: Talita Cavalcante