Voluntários são fundamentais em grandes eventos esportivos

11/07/2010 - 10h16

 

Beatriz Arcoverde

Repórter do Radiojornalismo

Brasília - O trabalho voluntário é considerado mão de obra fundamental para o sucesso de grandes eventos esportivos, como Copas do Mundo e Jogos Olímpicos. Os voluntários acompanham delegações, atendem convidados especiais e colaboram para que tudo saia como programado.

Na Copa do Mundo de 1998, a França contou com 12 mil pessoas. A secretária- geral para Grandes Eventos Esportivos do país, Therése Salvador, destacou que a população tem papel importante em diversas áreas. “Se falamos sobre o papel da população, evidentemente existem diversos setores a serem explorados, antes de tudo na própria organização esportiva. Há várias pessoas que trabalham ao mesmo tempo como especialistas e voluntários. Os grandes eventos precisam muito de voluntários”.

Na Alemanha, em 2006, foram 15 mil voluntários, como a brasileira Maria Kilchenstein, que se orgulha do trabalho realizado. “Uma experiência que é marcante, inesquecível. É um trabalho emocionante também, porque você está ali integrado, sabe que está participando de um acontecimento que envolve o mundo inteiro, que o mundo inteiro está de olho naquilo ali e você está ali dentro trabalhando e ajudando.”

O trabalho exige disposição para cumprir horário, bom humor, paciência para lidar com as pessoas e neutralidade. Therése Salvador disse que o país deve formar voluntários. “É importante saber que cultura, educação, integração social, turismo, tudo precisa de muito voluntariado. Há um apelo muito grande por voluntários e por formar voluntários. Para que eles vivam o evento e se sintam orgulhosos de participar, para que numa próxima oportunidade eles voltem”.

O representante do Departamento de Esporte no Senado alemão Jorg Fischer também destacou a importância dos colaboradores. “Teve um programa de voluntários oficiais da Federação Internacional de Futebol (Fifa), foram milhares de pessoas que vieram de Berlim, como de toda a Alemanha, e que prestaram assistência a torcedores. Foram mais de 5 mil voluntários que se colocaram à disposição somente em Berlim”.

O trabalho não é remunerado, mas para Maria Kirshstein, tem suas compensações. “O que a gente recebeu foi ajuda de custo para alimentação e transporte e as roupas oficiais da Fifa. Vale a pena saber que você está fazendo parte de um grande acontecimento e que aquilo que está faz é fundamental para uma grande obra funcionar.”

O candidato a voluntário é escolhido depois de passar por uma seleção, que inclui teste de inglês, dinâmica de grupo e avaliação de conhecimentos sobre os procedimentos. Falar outras línguas, ter conhecimentos jurídicos, de informática ou medicina, como também carteira de motorista são diferenciais importantes na hora da escolha.

Maria Kirshstein, que como voluntária assistiu a todos os jogos do Brasil em 2006, deu alguns conselhos. “Você precisa ser uma pessoa flexível, a toda hora você pode ser chamado, pode ser que alguém precise porque você fala o português, o inglês ou outro idioma. É importante também gostar do esporte, gostar do futebol”.

Na África do Sul, 15 mil pessoas aceitaram trabalhar de graça. Em 2014, no Brasil, esse número pode ser ainda maior.

Edição: Graça Adjuto