Países estimulam prática de esporte em grandes eventos

11/07/2010 - 11h16

 

Beatriz Arcoverde
Repórter do Radiojornalismo

Brasília - Quando um país recebe um evento esportivo, o bom desempenho da seleção anfitriã é mais uma preocupação das autoridades. A difusão do esporte e a preparação dos atletas deve ser planejada com antecedência.

Na França, os organizadores assinam um acordo que define as atividades, os projetos e o financiamento para a promoção do esporte entre estudantes e universitários. O compromisso vale por dois anos antes do evento e um ano depois. Ele é formalizado pelo governo federal, as administrações regionais, as prefeituras e federações esportivas.

Para a secretária-geral para Grandes Eventos Esportivos da França, Therése Salvador, a ação beneficia a comunidade. “A população escolar é a mais sensível a isso. Porque paralelamente ao projeto, realizado com equipes educativas, os professores recebem uma formação sobre a prática do esporte em questão, seja ele futebol, rúgbi, handebol, judô ou esgrima. Todas essas convenções têm como objetivo promover o esporte que fará parte do evento. Muitas vezes, após uma Copa, por exemplo, vemos um aumento grande de associados aos clubes. É o que chamamos de efeito induzido da competição.”

Além do compromisso de incentivar o esporte nas escolas, Therése Salvador informou que em grandes eventos como a Copa do Mundo também são implantados projetos de inclusão. “Eu gostaria de destacar que projetos de inclusão de jovens em dificuldade também são realizados para ajudá-los a se integrar à sociedade. É o que chamamos de parte social."

No caso da Alemanha, a tradição do futebol já contagia a população. Mesmo assim, o responsável pelo Departamento de Esporte no Senado alemão, Jorg Fisher, destacou que a Copa de 2006 incentivou o esporte, principalmente entre as mulheres.

“O entusiasmo foi muito grande durante a Copa e continuou depois, especialmente na parte do futebol feminino, que recebeu um empurrão. Mais garotas foram inscritas em clubes, que fundaram mais times femininos. E isso é uma razão pela qual o Mundial de Futebol Feminino de 2011 se realizará na Alemanha. Esse desenvolvimento está diretamente ligado à Copa do Mundo de 2006."

Além disso, Fisher ressaltou que depois de 2006 as famílias começaram a frequentar mais os estádios. “Depois da Copa, foi registrado maior número de visitantes do sexo feminino nos estádios, pois antes o futebol era um esporte assistido principalmente por homens. Depois, tornou-se um esporte de família, quer dizer: homem, mulher, criança, jovem, velho, todos frequentam os estádios."

Na África do Sul, o futebol é o esporte popular. O rúgby também é paixão nacional, mas no passado simbolizava a dominação da minoria branca, por isso o futebol ganhou mais espaço. As crianças jogam em qualquer lugar e quando falta a bola, improvisam com sacos plásticos. Nas escolinhas de futebol, meninos e meninas jogam juntos, querendo ser craques.

Para o assessor especial de Futebol do Ministério do Esporte, Alcino Reis Rocha, a Copa de 2014 no Brasil pode ser importante para fortalecer o futebol feminino e os clubes. “Nós somos referência de futebol no mundo, o país com o maior número de títulos na Fifa [Federação Internacional de Futebol], com o maior número de jogadores atuando no exterior. A intenção do governo federal, com a realização da Copa em 2014, é tentar desenvolver projetos que estimulem mais o futebol.

Edição: Graça Adjuto