Videla assume responsabilidade por crimes cometidos por militares argentinos

05/07/2010 - 19h00

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O ex-presidente argentino Jorge Rafael Videla, que governou o país de 1976 a 1981, assumiu hoje (5) a responsabilidade pelos atos referentes à "repressão durante a ditadura militar”. A confissão ocorreu durante julgamento de Videla e de um ex-general, em Córdoba, iniciado na última sexta-feira (2). As informações são da Telam, agência oficial de notícias argentina.

“Reitero e assumo plenamente minhas responsabilidades em todas as ações tomadas pelos militares do Exército argentino na guerra contra os rebeldes", disse ele. “Os subordinados se limitaram a cumprir minhas ordens", acrescentou.

Videla e o ex-general Luciano Benjamin Menéndez são acusados de violação aos direitos humanos durante a ditadura no país. É o terceiro julgamento por crimes contra a humanidade realizado na cidade argentina, mas o primeiro de Videla depois que houve um julgamento de membros da junta militar.  

Videla e Menendez  são acusados em dois processos, pela morte de 32 presos políticos e por sequestros e torturas cometidos pelo Departamento de Polícia de Informações (conhecido pela sigla D2). Um dos casos mais emblemáticos é conhecido por UP1, e o principal acusado é Videla.

O ex-presidente é apontado como mandante da execução de 32 prisioneiros políticos, no período de abril a outubro de 1976, em San Martín Prison Unit  - na cidade de Córdoba. As vítimas foram presas antes do golpe de Estado, de 24 de março de 1974. As vítimas foram acusadas pelo Judiciário da época de violar a lei anti-subversão. Homens e mulheres foram massacrados até a morte em circunstâncias diferentes.

O tribunal é presidido por Jaime Diaz Gavi, acompanhado desta vez por Carlos Lascano, Julio María José Pérez Villalobos e Carlos Arturo Ochoa. A acusação, por meio do Ministério Público, é conduzida por Carlos Maximiliano e Hairabedián Gonella, com apoio de Pablo Bustos Fierro.

Edição: Nádia Franco