Da Agência Brasil
Rio de Janeiro – A prefeitura trabalha na zona sul carioca para remover cerca de 350 famílias do Morro dos Tabajaras, em Botafogo. Na região, chamada Estradinha, casas foram destruídas e o entulho permanece espalhado pelas vielas.
“Só identifiquei uma área de risco moderado na comunidade, em sua extremidade oeste, onde há casas situadas abaixo de depósitos de grandes blocos de rochas. Na maior parte da encosta, existe um solo residual pouco profundo e as casas são solidamente fundadas na rocha, que é alcançada com pouca escavação. Na parte leste, há grandes obras de contenção executadas pela prefeitura em perfeito estado”, analisou o engenheiro Maurício Campos, que trabalhou voluntariamente no local.
Até agora, apenas 80 indenizações foram pagas aos moradores, segundo a Secretaria Municipal de Habitação. A empresa de Geotecnia Municipal (Geo- Rio) disse que faz o monitoramento de encostas há mais de 40 anos e tem um banco de dados em que são armazenadas as informações colhidas.
“Embasada no histórico da comunidade da Estradinha, a Geo-Rio orientou o reassentamento das famílias com o objetivo de evitar novas tragédias”, informou a empresa.
Para Reinaldo Reis, presidente da Associação de Moradores, aproximadamente 80% dos moradores querem ficar na favela. Ele critica a falta de opção dada pelas autoridades. Apesar das reuniões com alguns secretários e com o subprefeito, não houve acordo e desde então a negociação é feita sem o intermédio da associação. “O que o povo quer é simplesmente um lugar digno para morar, não é digno você construir uma vida naquele local e da noite para o dia saber que vai ser retirado”, ressalta Reis.
Edição: Talita Cavalcante