Vinicius Konchinski
Enviado especial
Joanesburgo (África do Sul) – Cem crianças e jovens de comunidades pobres de Joanesburgo, África do Sul, visitaram hoje (29) a Casa Brasil. Em um projeto conjunto dos governos brasileiro e da província de Gauteng, eles foram convidados para conhecer o espaço, criado para promover o Brasil internacionalmente durante a Copa do Mundo.
Os visitantes de hoje são os primeiros de um total de 600 meninos e meninas que devem passar pela Casa Brasil até o encerramento do mundial. Em visitas guiadas pelos estandes e exposições, eles se surpreenderam com os costumes e dimensões do Brasil.
“Não sabia que o Brasil tinha [aproximadamente] 200 milhões de habitantes”, disse Qenehelo Letuma, 17 anos. “É quatro vezes mais do que temos aqui na África do Sul. É grande demais.”
Qenehelo é aluno de um projeto de educação esportiva desenvolvido em Vereeniging, na região metropolitana de Joanesburgo. Ele foi um dos selecionados pelo Programa da Juventude, que leva os visitantes à Casa Brasil.
Ele acompanhou atentamente, junto com colegas da área em que mora, as pequenas palestras sobre cada uma das cidades-sede da Copa do Mundo de 2014. Assistiu também a vídeos sobre a arquitetura, a arte e a moda brasileiras. Ele achou “estranhas” as roupas criadas por estilistas brasileiros.
“Não sei como as pessoas andam na rua assim”, disse ele, bem-humorado.
Seu colega, Lucky Hthoesane, 17, também se surpreendeu com a moda nacional. Além disso, gostou de conhecer as invenções brasileiras nas áreas de videogames e vídeos em três dimensões.
“Nunca tinha pensado que vocês também faziam essas TVs”, disse, depois de assistir a uma apresentação de um formato de vídeo desenvolvido no Brasil.
Até os adultos que acompanhavam os jovens saíram surpresos. O coordenador do projeto esportivo de Vereeniging, Mpumelelo Mtimkulu, reconheceu semelhanças entre a África do Sul e o Brasil.
“Há um lugar chamado Natal lá e um aqui”, disse ele. “Deve ser uma consequência da colonização portuguesa”.
Mtimkulu considera a visita dos jovens sul-africanos ao local um privilégio. Segundo ele, lá eles aprendem da forma que mais gostam: brincando.
Edição: Tereza Barbosa