Hotéis sobem preços durante a Copa e governo sul-africano pede investigação

27/06/2010 - 17h11

Vinicius Konchinski
Enviado especial

Durban e Joanesburgo (África do Sul) – O Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo reduziu a expectativa sobre o número de turistas que visitarão a África do Sul durante o Mundial em mais de 100 mil. Dos 483 mil visitantes esperados inicialmente, a estimativa caiu para 373 mil meses antes do torneio.

Apesar disso, muitos hotéis sul-africanos aumentaram o preço das diárias para pernoites durante o Mundial. Uma pesquisa feita pela consultoria Grant Thornton constatou que 63% dos hotéis da província de Gauteng, onde estão as cidades-sede de Pretória e Joanesburgo, aumentaram em mais de 50% o preço das diárias. Nos arredores de Durban, onde a seleção brasileira fez sua a última partida, 53% das acomodações também tiveram suas diárias reajustadas em mais de 50%.

O comportamento chamou a atenção do governo e o ministro do Turismo, Marthinus Van Schalkwyk, solicitou uma investigação sobre o assunto. “África do Sul é um destino com um bom custo-benefício. Essa reputação deve ser preservada”, declarou Schalkwyk, em comunicado divulgado antes da Copa. “Uma suposta escalada de preços poderia prejudicar a reputação da nossa indústria do turismo.”

Para os gerentes de hotéis de Durban, porém, o aumento não é abusivo nem anormal. Nelson Naidu, que supervisiona a ocupação dos 414 quartos do Hotel Garden Court, localizado na orla da cidade, diz que, por causa da Copa, as tarifas de alta temporada foram antecipadas.

No hotel em que ele trabalha, por exemplo, o preço da diária de um quarto duplo passou de 899 rands (R$ 208) para 1.143 rands (R$ 265) – bem menos que os 50% de aumento, feito pela maioria dos hotéis da cidades. Mesmo assim, Naidu explica que o reajuste levou em conta os custos para o Mundial. “Fizemos investimentos para a Copa, contratamos pessoas. Precisamos recuperar”, afirmou.

Patrick Chinhengo, do Tropicana Hotel, também considera os aumentos corriqueiros. Para ele, anormal é o nível de ocupação dos 168 quartos do hotel em que trabalha. “Nos dias em que não temos jogo, ocupamos só 50% ou 60% dos nossos apartamentos”, afirmou. “Esperávamos um movimento muito maior.”

Edição: Talita Cavalcante