Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Por dez dias, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, deverá responder a perguntas sobre a posição brasileira em defesa do acordo nuclear iraniano. Amorim viaja hoje (11) para sete países. O chanceler irá à Suíça, França, Estônia, Polônia, Bósnia, Sérvia e Áustria. Ele participará de debates sobre trabalho, desarmamento e ampliação do diálogo multilateral entre nações.
Porém, diplomatas brasileiros que acompanham os desdobramentos das discussões afirmam que a tendência é de predominar nos debates os temas sobre a política nuclear do Irã, o ataque do governo israelense à frota de navios com ajuda humanitária na região da Faixa de Gaza e os debates do G20 – que serão realizados no fim do mês no Canadá.
Amorim inicia a viagem pela Suíça, depois segue para a França, a Estônia, Polônia, Bósnia, Sérvia e encerra na Áustria, no próximo dia 21. Em Genebra, na Suíça, o ministro participa de debates sobre o desarmamento e as condições de trabalho no Brasil e no mundo. Em Paris, na França, o chanceler participa de um seminário sobre a ampliação do chamado diálogo transatlântico – as conversas multilaterais. Nos demais locais, há encontros bilaterais.
Criticada interna e externamente em decorrência do apoio dado ao Irã, a diplomacia brasileira foi defendida por Amorim. Para o chanceler, o Brasil saiu vitorioso, apesar da aprovação das sanções ao Irã no Conselho de Segurança das Nações Unidas, porque defendeu o diálogo e a busca por uma alternativa negociada em favor da paz.
“O Brasil não está defendendo o Irã, mas defendendo a paz, concebida pelos Estados Unidos e a Agência Internacional de Energia Atômica [Aiea]”, disse o chanceler em audiência pública na Câmara dos Deputados, quarta-feira (9) à tarde.
No último dia 9, dos 15 países que integram o Conselho de Segurança das Nações Unidas, 12 votaram a favor das sações. Somente o Brasil e a Turquia foram contra, enquanto o Líbano se absteve. Para grande parte da comunidade internacional, o programa nuclear iraniano é uma ameaça pois esconderia a produção de armas atômicas.
“É de nosso interesse encontrar uma solução para o programa nuclear. O presidente Lula disse que era importante que a comunidade internacional percebesse que o programa era pacífico. O presidente Lula também disse que era fundamental mostrar que o acordo nuclear seria esta oportunidade”, disse o diplomata.
Edição: Graça Adjuto