Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, desembarcou hoje (10) em Xangai, na China, um dia depois de o governo chinês ter apoiado a adoção de sanções ao Irã no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). Antes de chegar à China, ao passar pelo Tajiquistão, Ahmadinejad disse que a decisão da ONU vale tanto quanto um “guardanapo usado”. “Eu enviei uma mensagem a um dos países [que integram o Conselho de Segurança] dizendo: 'Essas resoluções se assemelham a guardanapos usados que precisam ser jogados na lata de lixo”.
Para Ahmadinejad, as medidas não terão efeito prático algum no cotidiano do Irã. “Eles [os países que apoiaram as sanções] não serão capazes de infligir dano algum contra a nação iraniana. O cenário político se tornou um lugar para agressão e exibicionismo porque, sob tais condições, os valores éticos, o amor e as relações sociais são deixados de lado.”
Para o governo chinês, o pacote de sanções aprovado pelo Conselho das Nações Unidas indica que há uma preocupação da comunidade internacional sobre o programa nuclear iraniano. Os Estados Unidos lideraram uma campanha que obteve apoio de todos os membros permanentes do conselho – França, Inglaterra, China e Rússia – em favor das sanções.
Ontem (9), o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou, com 12 votos favoráveis, as sanções ao Irã. Somente Brasil e Turquia votaram contra e o Líbano se absteve. Para a comunidade internacional, o programa nuclear iraniano é uma ameaça pois esconderia a produção de armas atômicas. Pela quarta vez, Conselho de Segurança determinou medidas restritivas ao Irã. A iniciativa afeta diretamente as áreas do comércio e militar do país. Há limitações para investimentos no exterior, restrições para importação de armas pesadas e uma rígida fiscalização sobre as embarcações com bandeiras iranianas ou de empresas ligadas ao país islâmico.
Edição: Vinicius Doria