Mantega confirma Paulo Bernardo e diz que Lula não pediu estudo sobre aumento da aposentados

27/05/2010 - 13h25

Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, negou, da mesma forma que o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenha encomendado novos estudos à equipe econômica na tentativa de dar um reajuste de 7,7% aos aposentados que ganham acima de um salário mínimo. Mantega reafirmou que a recomendação continua sendo pelo veto, mas a decisão é do presidente.

Mantrega lembrou que, mesmo com a recomendação de veto, os técnicos terão que encontrar alternativas para não suspender os 6,14%, acordados com as centrais sindicais e entidades representativas dos aposentados, que já estão sendo pagos desde janeiro. Caso não se encontre uma solução, os aposentados que tiveram esse reajuste correriam o risco de voltar a receber apenas os 3,5% da medida inicial.

“Tem que fazer uma outra medida [provisória] para volta a pagar esses 6,14%. Não sei ainda como fazer isso”. Não dá para pagar menos do que 6,14%, seria muito ruim. Você já pagou e depois volta para 3,5%. Nem sei como fica isso. Teriam que devolver aquilo que receberam? Isso não dá”.

Sobre a disponibilidade de recursos no caixa do governo, mesmo com o Tesouro Nacional registrando um resultado considerado com bastante folga, como o anunciado ontem, o ministro Guido Mantega explicou que o superávit do governo varia mês a mês.

“Se olhar o mês passado, deu déficit de R$ 4 bilhões. Cada mês tem um tipo de arrecadação. Um, por exemplo, tem o Imposto de Renda, que aumenta a arrecadação. Então , está dentro do esperado e não acima do que estávamos trabalhando”, destacou.

Ele disse que o esforço fiscal do governo é suficiente para o cumprimento da meta de superávit primário de 3,3% da economia, estabelecida para 2010. “Não está sobrando dinheiro e portanto devemos ser cautelosos com as despesas. Não dá para dar benefícios adicionais àqueles que já estão estabelecidos”.

Para Mantega, a decisão do presidente não é fácil, porque é preciso” discutir, refletir e ver as consequências para tomar a decisão”.

Edição: Tereza Barbosa