Justiça garante circulação de até 70% dos ônibus durante greve dos rodoviários do Rio

24/05/2010 - 17h41

Da Agência Brasil

Rio de Janeiro – A vice-presidente do Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro, desembargadora Glória Regina Ferreira Mello, considerou legal a greve dos rodoviários no Rio de Janeiro, que começou hoje (24). De acordo com a Rio Ônibus, que representa as empresas no município, 80% dos 8.600 ônibus da cidade circularam normalmente.

Apesar da baixa adesão, a desembargadora determinou que o Sindicato dos Rodoviários garanta a circulação de 70% da frota durante os horários de pico. No restante do dia, devem circular 40% da frota. “Não vou permitir que a população fique refém. O transporte público é um serviço essencial”, declarou a desembargadora, durante audiência. Caso a ordem seja descumprida, o sindicato deverá pagar multa diária de R$10 mil.

Durante a audiência na Justiça do Trabalho, os sindicalistas reivindicaram um aumento de 100% no vale-alimentação, de R$ 63 reais mensais a R$ 126. A Rio Ônibus propõe que o valor passe para R$ 70. Os grevistas também reivindicaram aumento de pelo menos 2% nos salários, que hoje é de R$ 1.312,25. Como não houve acordo com a Rio Ônibus, a desembargadora concedeu a liminar para garantir o transporte público à população.

Para o vice-presidente da Rio Ônibus, Octacílio Monteiro, não há nenhum fato novo que justifique o movimento grevista, já que uma convenção foi firmada há apenas dois meses. “A convenção não pode ser modificada por uma simples questão política que envolve facções que hoje se debatem dentro do sindicato dos rodoviários. Já existe uma outra greve, programada por outra facção, para o dia 26. Não podemos ficar reféns desse embate político dentro do sindicato”, disse.

Na convenção, foi acordado um aumento de 5% para os rodoviários do município do Rio de Janeiro e de 7% para os rodoviários da região metropolitana. Agora os cariocas querem o mesmo percentual dado aos colegas que trabalham nos municípios da região metropolitana. A alegação é de que, historicamente, os salários da capital sempre foram maiores e que o custo de vida no Rio também é mais alto.

O Sindicato dos Rodoviários irá se reunir em assembleia às 18h, para decidir se mantém a greve ou não. De acordo com o Metrô Rio, seis das 17 linhas de integração, administradas por empresas de ônibus parceiras, foram afetadas pela greve. Destas, quatro não estão operando e duas estão circulando com intervalos irregulares.

Edição: Vinicius Doria