Greve dos rodoviários no Rio conta com empresas circulando normalmente

24/05/2010 - 14h04

Da Agência Brasil

Rio de Janeiro - A greve dos rodoviários que começou na manhã de hoje (24) no Rio não chegou a provocar transtornos na cidade. Algumas empresas estão com toda a frota circulando normalmente.

De acordo com o vice-presidente do Sindicato dos Rodoviários do Rio de Janeiro, Oswaldo Garcia, cerca de 70% dos motoristas aderiram ao movimento – a lei determina que 30% dos serviços sejam mantidos. A categoria reivindica 15% de aumento salarial e plano de saúde, além de vale-refeição mensal de R$ 150 e o término da dupla função, em que o motorista atua também como cobrador.

Às 14h haverá uma reunião no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) para julgar a legalidade da greve e, às 18h está prevista assembleia no Sindicato dos Rodoviários no Rio.

O Sindicato das Empresas de Ônibus da Cidade do Rio de Janeiro (Rio Ônibus) entrou na Justiça para contestar a legalidade da greve. Para os empresários, o movimento tem pouca adesão. Eles aguardam a decisão judicial para tomar as medidas cabíveis.

Outros meios de transportes da cidade intensificaram suas atividades para servir de alternativa à greve. A SuperVia, por exemplo, fez um planejamento colocando à disposição 100% da frota de trens para circular o dia inteiro, além de reforçar o atendimento e a segurança das suas estações.

Nos terminais da Praça Mauá, Américo Fontenelle e Mariano Procópio, no centro do Rio, os serviços funcionam normalmente, sem ocorrência de tumulto. Na Central do Brasil, empresas estão com suas frotas reduzidas.

Apesar de haver ônibus circulando e algumas pessoas sequer perceberam que está havendo greve, outros trabalhadores foram prejudicados e criticaram a paralisação. É o caso de Luiz Paulo, de 52 anos, que veio de Jacarepaguá para o centro do Rio e teve de pegar um trem.

“Tive que pegar uma van para Cascadura e vir de trem, às 7h da manhã estava uma fila absurda no ponto. Agora, o 268, para a Linha Amarela, não está passando e eu vou ter de fazer outra baldeação. Isso é uma falta de respeito com a população”, disse Luiz Paulo.

Na tarde de ontem (23), autoridades estaduais e municipais do Rio se reuniram com representantes das empresas de ônibus para coordenar ações que minimizassem os transtornos para a população com a greve.

Eles decidiram montar um centro de monitoramento com o objetivo de criar alternativas operacionais para atender à população e deslocar policiais para coibir a ação de grupos nas garagens das empresas ou em qualquer ponto da cidade.

Em nota conjunta divulgada pelo Rio Ônibus e pela Federação das Empresas de Transporte do Estado (Fetranspor), o centro de monitoramento é composto por autoridades de segurança, do poder público e representantes das empresas.

Segundo a nota, houve consenso sobre a motivação política da greve, uma vez que nos demais municípios da região metropolitana do Rio o acordo coletivo foi firmado nos mesmos termos propostos para os rodoviários da capital, sem “qualquer manifestação de desacordo nem qualquer movimento grevista”.

Edição: Tereza Barbosa