Rússia sinaliza dar crédito ao acordo sobre o urânio do Irã

20/05/2010 - 17h27

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergei Lavrov, sinalizou hoje (20) que seu governo pretende dar um crédito e espaço para o diálogo com o Irã, antes da adoção de eventuais sanções econômicas.

Segundo o chanceler, a expectativa é que o Irã preste as informações sobre o acordo que estabelece a troca de urânio para a Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea). As informações são da agência chinesa oficial de notícias, Xinhuan.

“Queremos ver o Irã honrar claramente seus compromissos e enviar o mais rapidamente possível um recurso oficial por escrito à Aiea, de modo que um procedimento de troca de combustível seja acordado”, disse Lavrov, em visita hoje (20) a Roma.

Lavrov evitou mencionar a possibilidade de veto às sanções no Conselho de Segurança das Nações Unidas. Anteontem (18) ao apresentar um esboço de resolução de sanções, os Estados Unidos obtiveram manifestações favoráveis dos representantes da Rússia, China, da França e do Reino Unido.

Porém hoje (20), o ministro russo demonstrou cautela e pediu que todas as opiniões presentes no Conselho de Segurança – incluindo as dos dez membros não permanentes, entre eles o Brasil e a Turquia – sejam respeitadas. “Vamos tratar as posições dos outros membros do Conselho de Segurança da forma mais respeitosa [possível]. Tais questões devem ser resolvidas por meio de um consenso”, disse ele.

Em seguida, Lavrov acrescentou que “Temos uma chance [de buscar o consenso] depois que o presidente do Brasil e o primeiro-ministro da Turquia, Tyyiq Erdogan, chegaram a um acordo com o Irã".

No último dia 17, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, além do primeiro-ministro da Turquia, negociaram o acordo em Teerã.

Segundo o documento, o governo iraniano enviará o urânio enriquecido a 3,5% para ser depositado na Turquia. Em troca, no prazo de até um ano, receberá urânio enriquecido a 20%. A ideia é que a iniciativa afaste as suspeitas sobre o programa nuclear do Irã e evite a imposição de punições contra o país.
 

 

Edição: Rivadavia Severo