Em 2008, 170 mil toneladas de resíduos foram despejadas por dia nas grandes cidades brasileiras

20/05/2010 - 15h01

Da Agência Brasil
 

Rio de Janeiro – Um total de 170 mil toneladas de resíduos urbanos são despejadas por dia nas grandes cidades brasileiras, e apenas 149 mil são coletadas diariamente. A informação foi dada hoje (20) pelo diretor executivo da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), Carlos Roberto Vieira, durante seminário sobre resíduos sólidos. Os dados correspondem ao ano de 2008. A pesquisa de 2009 será divulgada na próxima quarta-feira (26).

De acordo com os estudos da Abrelpe, em média, são gastos por mês R$ 8,93 por habitante na destinação dos lixos sólidos urbanos. Dos materiais coletados, aproximadamente, 54,8% têm uma destinação adequada e o restante vai para os lixões e aterros controlados, que não contemplam os requisitos ambientais necessários.

“Os desafios em resíduos urbanos crescem a cada dia, aumenta o volume em relação ao crescimento populacional e os modelos de consumo da sociedade. Há também maior quantidade de materiais descartáveis, estamos num tempo em que os produtos colocados no mercado têm menos durabilidade, como é o caso da informática e telefonia”, diz Vieira.

A composição cada vez mais complexa do lixo é outro fator preocupante, segundo a Abrelpe, devido a combinações químicas novas que não se sabe o que podem gerar. A destinação final do lixo no Rio de Janeiro está acima de sua capacidade, como é o caso do aterro sanitário de Gramacho, na Baixada Fluminense, o que leva à procura de novos espaços cada vez mais distantes – um novo lixão será implantado em Seropédica.

Vieira falou ainda sobre o Projeto de Lei do Plano Nacional para Resíduos Sólidos (PNRS), aprovado pela Câmara dos Deputados e tramitando no Senado. A expectativa é de que ele seja votado e aprovado no fim deste mês e sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no dia 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente.

“A política vai ser um importante avanço num país de dimensão continental, com diferenças regionais. Mas não adianta melhorar a destinação dos resíduos se continuarmos a gerar cada vez mais lixo. A reciclagem, por exemplo, não vai resolver o problema, mas soluções conjugadas num sistema de ações integradas vai. O PNRS tem de ser atemporal e contemplar todas as alternativas, sem espaço para paixões, mitos e ideologias”, resumiu Vieira.

 

 

Edição: Lílian Beraldo