Custo da energia compromete competitividade do Brasil, diz Ipea

20/05/2010 - 16h39

Vinicius Konchinski

Repórter da Agência Brasil

 

São Paulo - O alto do custo da energia elétrica pode comprometer a competitividade de grandes empresas brasileiras no mercado internacional. Esta é uma das conclusões do estudo sobre o setor elétrico divulgado hoje (20) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

 

De acordo com Adilson de Oliveira, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e autor do estudo, a forma com que a energia é gerada no país e os impostos que incidem sobre ela elevam o preço de um dos “insumos” mais importantes da indústria nacional.

 

“A energia é como uma matéria-prima”, diz ele. “Se as empresas do país pagam mais por ela, acabam tendo produtos com preços mais elevados do que o de seus concorrentes internacionais.”

 

Segundo Oliveira, nos Estados Unidos, por exemplo, a energia elétrica custa, na média, 35% a menos do que no Brasil. Isso, considerando-se o dólar cotado a R$ 1,85. “Nossas tarifas energéticas já não são competitivas internacionalmente.”

 

Sobre a geração, o estudo do Ipea aponta que a entrada de mais usinas termoelétricas no mercado energia são umas das causas do aumento. Apesar de o Brasil ainda ter nas hidrelétricas a sua principal fonte de energia, cada vez mais usinas a gás, diesel e até a bagaço de cana-de-açúcar têm fornecido eletricidade às distribuidoras. Elas, entretanto, cobram mais caro por iss, e o custo acaba sendo repassado aos consumidores.

 

Já sobre a carga tributária, Oliveira destaca que, do preço final da energia elétrica do país, 34% são tributos e outros 12% são encargos obrigatórios. “A carga tributária é excessiva. Acho que o governo poderia agir para alterar isso.”

 

Para o professor, o preço da energia do país poderia facilmente reduzido pelo menos 10% no país.

 

Edição: João Carlos Rodrigues