Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou hoje (17) com o presidente da França, Nicolas Sarkozy, sobre os termos do acordo que prevê o envio do urânio do Irã para ser enriquecido a 20% na Turquia. O acordo foi firmado hoje, em Teerã, entre Lula, o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, e o primeiro-ministro turco, Tayyip Erdogan. Paralelamente, houve negociações entre os chanceleres dos três países.
O acordo ocorre no momento em que o governo do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pressiona a comunidade internacional a apoiar sanções contra o Irã via Conselho de Segurança das Nações Unidas. Para os norte-americanos o programa nuclear iraniano esconde a produção de armas atômicas.
No entanto, o assunto deve ser levado às discussões do conselho – cujos membros permanentes são os Estados Unidos, a Rússia, a França, a China e a Inglaterra. Desse grupo, russos e chineses defendem que ainda há espaço para o diálogo. Os demais acreditavam que as negociações estavam esgotadas.
Para o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, o acordo deve ser suficiente para encerrar a polêmica em torno do programa nuclear do Irã e cessar a pressão pela imposição de sanções. Após o fechamento do acordo, nesta manhã, Lula conversou com Sarkozy.
“Em nossa opinião, deve ser suficiente. Por que deve ser suficiente? Porque nós ouvimos todos, nós conversamos muito com os franceses, conversamos, aliás, o presidente acaba de falar até com o presidente Sarkozy”, disse Amorim.
Segundo o chanceler brasileiro, também houve diálogo com os norte-americanos, russos e chineses. “Conversamos muito com os americanos, conversamos muito com os russos, os chineses”, disse o chanceler. “É claro que nós não estávamos negociando em nome deles. Nós negociamos com a consciência das questões e preocupações que eles tem.”
Pelo acordo, o Irã vai enviar o urânio enriquecido a 3,5% para a Turquia. Em um prazo de 12 meses, deverá receber da Turquia o urânio enriquecido a 20%. O processo deve ser acompanhado por inspetores dos dois países. Com isso, as autoridades esperam que sejam encerradas as desconfianças em torno do programa nuclear iraniano.
Edição: Talita Cavalcante
