País não teme fuga de capitais em decorrência da crise na Europa, afirma Paulo Bernardo

10/05/2010 - 12h56

Pedro Peduzzi
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo, disse hoje (10) que considera improvável a crise financeira europeia “respingar” no Brasil, e que não teme a fuga de capitais no país por causa dela. A afirmação foi feita durante o 2º Seminário Nacional de Orçamento Público.

“A economia da Grécia não tem peso suficiente para arrastar o mundo inteiro para uma crise”, avaliou o ministro. Ele admitiu, no entanto, que o fato preocupa o governo. “O problema é se isso começa a se multiplicar por outros países e gerar pânico. Aí, sim, pode acontecer uma crise maior”.

Para o ministro, o aporte de US$ 750 bilhões anunciado recentemente para socorrer a economia europeia contribuirá de forma significativa para o estancamento da crise. Paulo Bernardo disse ainda que não acredite que a crise resulte em uma fuga de capitais no Brasil.

“Vai tirar dinheiro para investir onde? Na Europa? Eu acho que quem tirar dinheiro daqui vai acabar perdendo dinheiro”, argumentou. “Temos de ter muita tranquilidade sobre isso e lembrar que o Brasil é um dos países que terá melhores índices de crescimento neste ano, e que tivemos as menores sequelas na época da crise”.

O ministro reiterou as críticas aos projetos em tramitação no Congresso Nacional, votados sem a devida contrapartida em termos de equilíbrio orçamentário, de forma a criar despesas sem verificar a origem da receita.

“Com as eleições estamos vivendo um verdadeiro surto, com projetos que não têm viabilidade do ponto de vista orçamentário”, criticou.

Para ele, a aprovação desses projetos pode comprometer as previsões feitas por “instituições fortes do ponto de vista internacional”, que apontam o Brasil como a quinta maior economia do mundo antes do final da próxima década.

“Não dá para pensar em nos tornarmos a quinta economia do mundo se nos preocuparmos com a questão fiscal”.

Edição: Tereza Barbosa