Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O impasse entre a Argentina e a Inglaterra sobre o controle das Ilhas Malvinas entrou hoje (6) em uma nova etapa. O Ministério das Relações Exteriores argentino advertiu o governo inglês que pode tomar "todas as medidas necessárias" para impedir as atividades da empresa Rockhopper Exploration – que atua no mercado de extração de petróleo e gás. O alerta ocorre dois meses e meio depois de a Argentina ter proibido que companhias estrangeiras atuem nas ilhas.
A exploração inglesa de petróleo e gás nas águas da região das Malvinas gerou uma disputa diplomática entre a Inglaterra e a Argentina. O caso foi parar nas Nações Unidas que, por intermédio da secretaria-geral do órgão, pediu que os dois lados busquem um acordo. Paralelamente, os países latino-americanos se manifestaram em favor dos argentinos.
O Ministério das Relações Exteriores da Argentina, segundo a agência oficial de notícias do país, a Telam, emitiu hoje um comunicado informando que vai recorrer às instâncias internacionais se houver uma "ação ilegal" por parte de ingleses na região das Ilhas Malvinas. Para os argentinos, a exploração de petróleo e gás na área é uma ação ilegal que pode levar a consequências jurídicas e políticas.
“A Argentina rechaça de maneira enérgica a tentativa de assumir ilegalmente os recursos não renováveis, que são de propriedade do povo argentino. Damos conhecimento às autoridades da Inglaterra, que autorizam a exploração e as empresas envolvidas nas atividades ilegais, que o governo argentino vai a denunciar todas as instâncias internacionais esta ação ilegal inglesa e tomar as medidas necessárias, nos termos do direito internacional, para impedir a continuação dessas ações ilegais”, diz o comunicado oficial.
Desde o século 19, argentinos e ingleses disputam o controle sobre as Ilhas Malvinas. O ex-presidente Néstor Kirchner, marido da atual presidente da Argentina, Cristina Kirchner, fez campanha para retomar o controle da região. Em 1982, a Argentina e a Inglaterra partiram para o confronto armado na área.
Em 17 de fevereiro deste ano, Cristina Kirchner aumentou a pressão sobre a Inglaterra ao decretar que todos os barcos e navios que quiserem transitar pelas águas do país devam pedir autorização oficial.
Edição: Lana Cristina