Lula participará em Buenos Aires de reunião decisiva para o futuro da Unasul

03/05/2010 - 18h50

Luiz Antônio Alves
Enviado Especial

 

Buenos Aires - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chega amanhã (4) à capital argentina para participar de uma reunião que fontes diplomáticas consideram decisiva para o futuro da União das Nações Sul-Americanas (Unasul).

Pela primeira-vez desde que a entidade foi criada oficialmente, em 2008, há condições favoráveis para a eleição do seu secretário-geral, iniciativa importante para que a Unasul possa integrar-se ao cenário internacional como um órgão pronto para cumprir, na prática, os objetivos que levaram à sua criação.

Eleito o secretário-geral, o próprio estatuto do órgão adquire validade jurídica e administrativa, permitindo ações concretas para a coordenação política, econômica e social entre a Argentina, o Brasil, Uruguai, Paraguai, a Bolívia, Colômbia, o Equador, Peru, Chile, a Guiana, o Suriname e a Venezuela, os 12 países que integram a Unasul.

Há diferenças importantes entre a relativamente nova entidade e o Mercosul, bloco regional formado pelo Brasil, a Argentina, o Uruguai e Paraguai para tratar, basicamente, das relações comerciais entre esses países, apoiadas nas importações e exportações recíprocas.

A Unasul não é apenas maior em termos de associados. Ela possui objetivos mais ambiciosos envolvendo a coordenação dos 12 países sul-americanos nos setores de energia elétrica, telecomunicações, ciência e educação, entre outros, além da integração de seus mecanismos financeiros.

No dia de sua criação – 23 de maio de 2008 -, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse que um dos diferenciais da Unasul é que o órgão ultrapassa o conceito de uma simples declaração política regional para se transformar numa organização dos presidentes de 12 países sul-americanos, com potencial para reorganizar a estrutura econômica e social da região.

Prevendo reuniões anuais dos 12 presidentes, além de encontros semestrais entre os ministros de vários setores, "a Unasul manterá atividades capazes de institucionalizar a cooperação entre os países", disse Amorim.

Para que isso aconteça, é necessário que a Unasul tenha um efetivo secretário-geral e uma sede. Atualmente, a entidade é dirigida pelo presidente do Equador, Rafael Correa, e a capital do país, Quito, é a sede simbólica. A partir da cúpula de amanhã, este quadro deverá mudar.

Segundo a opinião de analistas internacionais, o ex-presidente da Argentina, Néstor Kirchner, que dirigiu o país de 2003 a 2007, deverá ser eleito o secretário-geral da Unasul. Se a previsão for confirmada, é provável que a sede da Unasul seja em Buenos Aires. Os analistas consideram que o nome de Kirchner – atualmente deputado e presidente do Partido Justicialista – parece ter a unanimidade dos presidentes sul-americanos para ocupar o cargo.

 

 

 

Edição: Aécio Amado