Alta da Selic deve aumentar procura por investimentos em renda fixa, prevê associação

02/05/2010 - 14h43

Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O aumento da taxa básica de juros, a Selic, este mês e a expectativa de mais elevação ao longo do ano deve expandir a procura por investimentos em renda fixa, principalmente os fundos pós-fixados (DI), afirmou o vice-presidente da Associação Nacional de Executivos de Finanças (Anefac), Miguel de Oliveira.

Na reunião realizada na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu elevar a Selic de 8,75% ao ano para 9,50% ao ano. A projeção de analistas do mercado financeiro consultados pelo BC é de que a taxa básica encerre este ano em 11,75% ao ano.

A rentabilidade do fundo DI varia de acordo com a Selic e o rendimento é definido no dia do resgate. “Das aplicações de renda fixa, o [fundo] pós-fixado é o mais atrativo por conta da expectativa de que os juros continuarão a subir”, disse Oliveira. Além dele, há os fundos de renda fixa e os certificados de Depósito Bancário (CDBs), por exemplo. No Portal do Investidor, organizado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), é possível conferir os tipos de investimentos em renda fixa, entre outros.

O vice-presidente da Anefac ressalta, entretanto, que o cliente deve analisar as possibilidades com cuidado antes de tomar a decisão de fazer um investimento ou migrar da poupança para outra aplicação. No ano passado, com as reduções da Selic, a poupança ficou mais atrativa em relação a outras aplicações de renda fixa por não haver cobrança de taxa de administração e imposto de renda na aplicação popular. De acordo com Oliveira, atualmente, se a taxa de administração cobrada pela instituição financeira for superior a 1,5% não vale a pena sair da poupança, mesmo com a Selic mais alta.

Para ele, apesar da expectativa de alta da taxa básica de juros, deve continuar a haver investimento no setor produtivo da economia. “Com o mercado aquecido e crescimento do emprego e da renda, os bancos vão continuar emprestando e as empresas manterão os investimentos para atender à demanda”, afirmou.

Edição: Juliana Andrade