Mantega participa de encontro em Nova York com representantes do governo americano

26/04/2010 - 12h05

Daniel Lima

Repórter da Agência Brasil

 

Brasília - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, participa hoje (26) em Nova York do 2010 Brazil Summit, encontro patrocinado pela Câmara de Comércio Brasil-Estados um dia depois de ter obtido maior representatividade no Banco Mundial, junto com os demais emergentes.

O encontro reúne representante dos governos americano e brasileiro com a iniciativa privada para analisar questões ligadas ao comércio entre os dois países. Desde a semana passada que o ministro está no exterior onde participou em Washington da reunião de Primavera do FMI e do Banco Mundial. Amanhã, ainda em Nova York, o ministro tem um novo encontro com investidores estrangeiros. O retorno de Mantega ao Brasil está previsto para a quarta-feira.

 

Henrique Meirelles, que também participa do encontro, estará de volta ao país amanhã, para a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que deve definir a nova tendência dos juros básicos da economia brasileira.

 

Em relação aos debates no encontro do FMI, o Ministério da Fazenda divulgou documento em Brasília com a posição defendida por Mantega e os demais ministros dos emergentes sobre a atual estrutura do Fundo.

 

Entre as reivindicações, o ministro voltou a pedir ao colegiado que assessora o fundo reformas das quotas e voz na organização, a revisão do mandato e reforma no sistema monetário internacional, que se mostrou extremamente frágil durante a crise que abalou os mercados financeiros, incluído o Brasil. O colegiado é composto por ministros de 24 países (G24).


Para Mantega, a “relevância e a legitimidade do FMI” dependem da reforma. “Assim deverá haver um realinhamento ambicioso das quotas em favor de países de mercado emergente e em desenvolvimento”.

 

Mantega disse ainda que as mudanças na diretoria-executiva do Fundo devem ter por objetivo melhorar a representação de países em desenvolvimento e que os ministros do G24 apoiaram a intenção do FMI de conceder o perdão da dívida para países afetados por catástrofes, como o Haiti.

 

Ontem (25), o Banco Mundial anunciou novas regras, que aparentemente dão novos poderes aos emergentes. Esses países, incluindo o Brasil, ganharam mais destaque desde o início da crise econômica pela forma como enfrentaram os problemas deflagrados a partir da turbulência no mercado de hipotecas dos Estados Unidos.

 

Pela nova fórmula, os emergentes ganham 3,13 pontos percentuais no poder de voto, que se elevou para 47,19%. Os 176 países que fazem parte do Banco Mundial também aprovaram o aumento do capital do banco em mais US$ 86,2 bilhões.

 

Edição: Tereza Barbosa