Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Em uma reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, na manhã de hoje (22), o governo manteve a posição de reajustar em 6,14% o valor das aposentadorias e pensões de quem recebe mais de um salário mínimo. "Fizemos o acordo para dar ao aposentado um reajuste real, acima da inflação, de 6,14%. Achamos que esse é o limite. É evidente que pode até haver alguma mudança, mas essa é a posição do presidente", disse o ministro, após a reunião.
Na avaliação dele, as negociações patrocinadas por parlamentares e sindicalistas no sentido de elevar o percentual para 7% ou 7,7% parecem um “campeonato” para ver quem é mais “bonzinho” com os aposentados. “6,14% é um índice superior à inflação, portanto, um ganho real para os aposentados. Gostaríamos que fosse votado agora. Não concordamos com essa história de fazer um campeonato para ver quem é mais bonzinho”.
Sobre a possibilidade de o Congresso aprovar percentuais maiores, Bernardo reafirmou a posição do presidente Lula: “Se não for sustentável o presidente já tinha dito e acabou de falar para mim novamente: vou vetar”.
Questionado se esta não seria uma atitude impopular em pleno ano de eleição, o ministro respondeu que não: “Temos que dar claramente o sinal de que estamos firmes nessa questão. Acho que, ao contrário do que alguns pensam, ter clareza e firmeza numa posição como essa dá voto e não o contrário, que é achar que vai ganhar voto, que vai ganhar a eleição por que fica fazendo esse campeonato de índices, cada um maior do que o outro”.
Paulo Bernardo informou ainda que o presidente Lula deve convocar uma reunião ministerial, ainda sem data definida, para unificar o discurso em torno do reajuste dos aposentados.
Edição: Vinicius Doria