Desembolsos do BNDES batem recorde no primeiro trimestre

14/04/2010 - 17h55

Alana Gandra

Repórter da Agência Brasil

 

 

Rio de Janeiro - Os desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), entre janeiro e março deste ano, bateram o recorde de R$ 25,5 bilhões, revelando uma expansão de 37% na comparação com o primeiro trimestre do ano passado. A área de infraestrutura respondeu por 40% do total liberado, o equivalente a R$ 9,9 bilhões.

 

No acumulado em 12 meses findos em março, os desembolsos do BNDES também atingiram o recorde de R$ 144,3 bilhões. O aumento foi de 53% em relação aos 12 meses anteriores. Para infraestrutura, foram destinados recursos no montante de R$ 51,8 bilhões, “um recorde importante para o Brasil”, afirmou o presidente da instituição, Luciano Coutinho.

 

No período, o banco registrou um volume de operações de financiamento sem precedentes. Foram realizadas de abril de 2009 a março deste ano 451,6 mil transações, com incremento de 104% na comparação com os 12 meses anteriores. Desse total, 93% foram operações com micro, pequenas e médias empresas (MPEs).

 

O Brasil já retomou o ciclo de desenvolvimento e o Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma dos bens e serviços produzidos no país, ultrapassou a etapa de recuperação e se mostra agora em fase de expansão. A avaliação foi feita hoje (14) no Rio de Janeiro pelo presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, (BNDES), Luciano Coutinho, ao divulgar o desempenho do banco no primeiro trimestre deste ano.

 

Os números mostram, como destaque no período, a maior distribuição dos financiamentos e o aumento do acesso e da democratização do crédito, beneficiando em particular as pequenas empresas brasileiras, informou Coutinho.

 

Luciano Coutinho disse que mesmo subtraindo do total desembolsado o financiamento de R$ 25 bilhões concedido no ano passado à Petrobras, o volume de liberações efetuado pelo BNDES é significativo.

 

O Programa de Sustentação do Investimento (PSI), criado pelo governo em junho do ano passado para estimular a antecipação de investimentos pelas empresas, acelerou a retomada do investimento do setor produtivo no país. “Acelerou e generalizou nos últimos meses um re-equipamento da indústria brasileira”, afiançou o presidente do BNDES. Informou que o investimento, especialmente no último trimestre, “deixou de estar concentrado em alguns setores e começou a se espraiar para as grandes cadeias da indústria”.

 

Em março, os pedidos de liberação da subsidiária Finame do BNDES, por meio do PSI, atingiram a média diária de R$ 220,8 milhões, o que corresponde a quatro vezes os pedidos recebidos no início do PSI, em junho de 2009. Cerca de 85% do PSI, ou o equivalente a R$ 44,8 bilhões, se destinaram à aquisição de máquinas e equipamentos. O PSI aumentou ainda em 34% os desembolsos para as pequenas empresas desde outubro do ano passado. O PSI foi prorrogado até 31 de dezembro deste ano.

 

Outra ferramenta que impulsionou os desembolsos para as MPEs foi o cartão BNDES para negócios por meio do portal do banco na internet. As operações com o cartão cresceram 220,7% nos últimos 12 meses, passando de 69,7 mil entre 2008 e 2009, para 209,7 mil entre 2009 e 2010. “Já estamos perto de 275 mil cartões emitidos”, externou Coutinho.

 

Luciano Coutinho falou da convicção de que em 2010 haverá crescimento do investimento no país, o que fará com que a relação entre a taxa de investimento e o PIB suba de 16,7%, registrados em 2009, para cerca de 19% este ano. “Acredito que o crescimento firme do investimento vai se concretizar entre 18% e 19%, até 20%”, estimou.

 


Edição: Aécio Amado