EUA e Rússia assinam mais amplo acordo dos últimos 20 anos para reduzir arsenais

08/04/2010 - 15h43

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil


Brasília – Os presidentes dos Estados Unidos, Barack Obama, e da Rússia, Dmitry Medvedev, assinaram hoje (8), em Praga, na República Tcheca, o acordo bilateral mais amplo dos últimos 20 anos para redução de seus arsenais nucleares. Os cálculos indicam que americanos e russos tenham mais de 2 mil e 2,5 mil ogivas nucleares estratégicas, respectivamente.

 

Durante a Guerra Fria (período compreendido entre o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, e o início da década de 1990, marcado por divergências e disputas estratégicas e ideológicas entre os Estados Unidos e a então União Soviética), os norte-americanos chegaram a ter mais de 15 mil ogivas nucleares estratégicas, e a Rússia, mais de 10 mil.

O acordo firmado hoje estabelece que a redução ocorrerá ao longo de sete anos e que cada parte limitará seu número de ogivas nucleares a 1.550. O novo teto é cerca de 30% menor que o de 2,2 mil ogivas previsto pelo acordo antigo de redução nuclear russo-americano.

Os governos da Rússia e dos Estados Unidos também se comprometeram a limitar a 700 o número de mísseis balísticos capazes de levar as ogivas nucleares. Atualmente, os Estados Unidos têm 798 desses artefatos, enquanto a Rússia tem 566, menos que o limite.

O acordo, que substituirá o Tratado Estratégico de Redução de Armas (Start, na sigla em inglês), assinado em 1991 e expirado em dezembro, ainda precisa ser aprovado pelo Senado americano e pelo Parlamento russo (Duma).

Para Obama, o tratado é um "importante marco" na questão da não proliferação nuclear, mas apenas "um passo em uma jornada mais longa" para reduzir a ameaça das armas atômicas. Medvedev referiu-se, diversas vezes, aos "parceiros americanos" da Rússia e disse que o tratado abre as portas para "um maior nível de cooperação” entre os dois países.

"Esta é uma situação em que ambos saem ganhando. Ninguém perde com esse acordo”, afirmou Medvedev. "Toda a comunidade mundial ganhou."

No começo desta semana, o ministro do Exterior da Rússia, Sergei Lavrov, disse que o acordo representa "um novo patamar de confiança" entre os dois países. Ao anunciar o acordo, no mês passado, Obama fez referência à Guerra Fria e disse que o entendimento é "um novo passo adiante para deixar para trás o legado do século 20 e construir um futuro mais seguro."

 

Edição: Nádia Franco