Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e da China, Hu Jintao, assinam na próxima semana acordo para a criação do Programa de Ação Conjunto Brasil-China, denominado PAC. O objetivo é fortalecer o comércio bilateral entre os dois países com base em áreas específicas, como tecnologia e desportos. Já com o primeiro-ministro da Índia, Manmonahan Singh, foram adiadas algumas negociações por divergências sobres as questões nucleares.
Antes do acordo, Jintao e Singh participam da 2ª Cúpula dos Países Bric – Brasil, Rússia, Índia e China – que será realizada em Brasília durante a próxima semana.
É a segunda visita de Jintao ao Brasil. O subsecretário-geral político II do Itamaraty, Roberto Jaguaribe, que coordena a 2ª Cúpula Bric, destacou as relações entre Brasil e China. “É um passo importante assegurando um avanço nas relações”, disse ele. “A partir de 2016, a China é um país de economia de mercado.”
Com a Índia o processo de negociação está estagnado porque o Brasil discorda da posição do governo indiano em relação ao Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP). Para a comunidade internacional, o TNP é o primeiro passo para um esforço coletivo de conter a disseminação dos armamentos nucleares.
Porém, o embaixador afirmou que a relação do Brasil com os indianos é positiva. “A nossa relação com a Índia é muito mais intensa. No passado, por causa dos armamentos [nucleares], [o processo de negociação em alguns setores] foi suspenso”, disse Jaguaribe.
Os países do Bric querem ser reconhecidos como um fórum de coordenação e negociação, não uma entidade normativa. O Brasil e a Rússia são grandes produtores de matérias-primas, os brasileiros com alimentos e os russos com o petróleo.
A Índia concentra o setor de serviços, enquanto a China acelera seu crescimento industrial tornando-se uma das principais parceiras de vários países. Com economias em desenvolvimento, todos os países se sentem unidos pelas dificuldades no cenário internacional.
Edição: Lílian Beraldo