América Latina lidera violência contra jornalistas

07/04/2010 - 18h04

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A América Latina lidera o ranking de assassinatos de jornalistas no mundo, segundo a organização não-governamental Campanha Emblema de Imprensa. Nos três primeiros meses deste ano, 22 jornalistas foram mortos durante o trabalho em 12 países do subcontinente. Lideram a lista Honduras, México, Colômbia e Venezuela, onde 13 jornalistas foram assassinados.

Os números de 2010 se aproximam aos dos primeiros três meses de 2008 quando houve o assassinato de 20 jornalistas, e de 2007 período em que foram registradas 22 mortes, mas estão abaixo de igual trimestre de 2009 em que 36 jornalistas foram assassinados. Só no ano passado 122 jornalistas morreram enquanto exerciam suas atividades profissionais, diz a entidade.

Só no mês passado, em Honduras, cinco jornalistas foram mortos. Para a organização, o agravamento das tensões foi provocado pela crise política no país – que em junho de 2009 sofreu um golpe de Estado e o presidente deposto. Apenas seis meses depois houve eleições diretas e até agora a comunidade internacional impõe restrições ao governo do presidente Porfirio “Pepe” Lobo.

A entidade encaminhou um pedido formal às autoridades públicas de Honduras para que tomem providências contra os responsáveis pelos crimes. Segundo a organização, Honduras e México são os países mais perigosos para o trabalho dos profissionais da imprensa na América Latina.

No México, o conflito entre os serviços de segurança e os cartéis da droga e do crime organizado levou à morte cinco jornalistas apenas neste ano. No primeiro trimestre de 2010, dois jornalistas foram assassinados na Venezuela e um na Colômbia.

Fora da América Latina, a organização não-governamental alerta para os riscos às atividades de imprensa no Nepal, onde morreram dois jornalistas neste ano e na Bulgária, Rússia, no Afeganistão, Chipre, Paquistão, Iêmen e em Angola que registraram uma morte cada. No Afeganistão, ocorreram sequestros de jornalistas, enquanto outros foram detidos no Irã.

Em junho, a organização lançará a campanha Proteção dos Jornalistas em Conflitos Armados com apoio do Conselho de Direitos Humanos. O objetivo é levantar propostas concretas e recomendações para melhorar a segurança dos jornalistas em situações de conflito e violência armada.
 

 

Edição: Rivadavia Severo