Proprietário da Linknet vai à CPI da Codeplan e fica calado

06/04/2010 - 12h00

Lourenço Canuto

Repórter da Agência Brasil

 

Brasília - O empresário Gilberto Lucena, dono da empresa de informática Linknet, compareceu hoje (6) à Comissão Parlamentar de Inquérito da Codeplan, da Câmara Legislativa do Distrito Federal e se negou a responder a qualquer pergunta. Ele usou o direito de ficar calado concedido por habeas corpus.

 

À saída ele argumentou que está sendo "usado como boi de piranha nessa história”. O advogado do empresário, Marcelo Luiz Bessa, informou que até agora não teve acesso às peças do inquérito, em poder da Polícia Federal e do Ministério Público.

 

Segundo Bessa, seu cliente poderá falar depois de tomar conhecimento das acusações feitas no inquérito, desencadeado com a Operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal. Bessa também reclamou que não conhece o inquérito e que Lucena foi o único chamado para depor na CPI.

O advogado admitiu que eventualmente Lucena poderia falar alguma coisa, se tivesse recebido questionário por escrito dos deputados, a exemplo do que vai ser feito a partir de agora com as demais pessoas a serem convocadas para falar na comissão.

A Linknet é a principal empresa citada no escândalo que envolveu o governo do Distrito Federal (GDF) e políticos da Câmara Legislativa com o suposto pagamento de propinas e favorecimento em licitações feitas no Executivo do DF.

Durante a reunião da CPI, o deputado Paulo Tadeu afirmou que, além das acusações já de domínio público sobre a Linknet, houve superfaturamento em um contrato para aluguel de computadores à própria Câmara Legislativa. O custo de cada equipamento alugado era de R$ 24 mil, enquanto o valor no mercado é de R$ 2 mil.

 

Edição: Tereza Barbosa