PIB do Chile pode ficar até 1,5% menor do que taxa prevista antes do terremoto

06/04/2010 - 16h45

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
 

Brasília – Um mês e meio depois do pior terremoto dos últimos 50 anos no Chile, o governo fez um balanço econômico dos efeitos dos abalos no país. O relatório Política Monetária referente ao mês de março, divulgado hoje (6) pelo Banco Central, informou que os tremores de terra e os tsunamis vão provocar implicações a médio e a longo prazos no crescimento econômico e na inflação do país.

 

A previsão de crescimento deve variar de 4,25% e 5,25% - ligeiramente inferior ao calculado em dezembro do ano passado. As informações são do Banco Central do Chile.

Segundo o relatório, o investimento no país deve gerar um aumento no Produto Interno Bruto (PIB) de um ponto percentual, em 2010. Este valor leva em conta tanto os novos investimentos como a realocação de projetos previamente planejados. Em relação à inflação, o documento informa que a variação anual deve exceder 3% no segundo semestre deste ano, atingindo cerca de 4%, por alguns meses, para voltar a oscilar em torno de 3% em 2011.

De acordo com o relatório, a perda de capital implica uma tendência de que o PIB fique entre 1% e 1,5% inferior à taxa prevista antes do terremoto. Segundo o documento, os efeitos a curto prazo, em decorrência dos abalos sísmicos, no primeiro trimestre, são da ordem de 3 pontos percentuais com um crescimento anual do PIB – que deve diminuir cerca de 2 pontos percentuais no segundo trimestre.

O relatório foi divulgado pelo presidente do Banco Central, José De Gregorio, e o vice, Manuel Marfan, além dos conselheiros Henry Marshall, Sebastián Claro e Rodrigo Vergara. Em entrevista coletiva, as autoridades reiteraram o exposto no relatório sobre a confiança dos esforços para a reconstrução do Chile unindo os setores público e privado.

De acordo com o documento, 3% do estoque de capital líquido produtivo da economia foram destruídos. O patrimônio líquido é o valor bruto do capital social, deduzidas as depreciações de ativos devido à deterioração física ou danos acidentais normais.

No dia 27 de fevereiro, o Chile foi atingido por um terremoto de 8,8 graus de magnitude na escala Richter que afetou as regiões Central e Sul do país. Cerca de 500 pessoas morreram e 1,3 milhão ficaram desabrigadas. O presidente chileno, Sebastián Piñera, que estará no Brasil na próxima sexta-feira (9), elegeu a reconstrução do país como prioridade de governo. Ele assumiu no último dia 11.
 

 


Edição: Lana Cristina