Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A nova estratégia de defesa dos Estados Unidos limita a utilização de seu arsenal nuclear e coloca como prioridade a prevenção da proliferação do que foi classificado de "terrorismo nuclear". Porém, o programa autoriza o uso dos armamentos nucleares em “circunstâncias extremas” em defesa de interesses vitais dos norte-americanos. De acordo com a nova estratégia, os Estados Unidos não usariam seu arsenal nuclear em resposta a ataques com armas convencionais, químicas ou biológicas.
As informações são da BBC Brasil, citando um documento, de 72 páginas. “Os Estados Unidos", diz o documento, "desejam salientar que somente irão considerar o uso de armas nucleares em circunstâncias extremas, para defender os interesses vitais do país ou de seus aliados e parceiros”.
O plano descarta o uso de armas nucleares contra países que não têm arsenal nuclear ou que são signatários do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP). O novo programa foi divulgado hoje (6) pela secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton e pelo secretário de Defesa, Robert Gates.
“A Revisão da Postura Nuclear que estamos divulgando hoje representa um marco na transformação de nossas forças nucleares e na maneira como abordamos as questões nucleares", afirmou a secretária. “Estamos recalibrando nossas prioridades para prevenir a proliferação nuclear e o terrorismo nuclear.”
No entanto, a nova estratégia não se aplica a países que "violarem as regras". No caso, os Estados Unidos se referem diretamente à Coreia do Norte e ao Irã, que sofrem pressão dos norte-americanos para interromper seus programas nucleares. Obama afirmou que quer novas sanções contra o Irã.
"A postura [do Irã e da Coreia do Norte] continuamente desafiadora das normas e acordos internacionais vai levar somente ao seu maior isolamento [dos dois países] e ao aumento da pressão internacional", diz o documento.
Os Estados Unidos e outros países pressionam o Irã a interromper seu programa nuclear por temer que o país planeje secretamente desenvolver armas. O Irã nega e afirma que seu programa tem fins pacíficos. O relatório cita ainda preocupações com a "falta de transparência" da China em relação a seu programa nuclear.
Edição: Nádia Franco