Governo libera R$ 11,3 milhões a município maranhense

05/04/2010 - 19h17

Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil

 

Brasília - O Ministério da Saúde decidiu liberar R$ 11,3 milhões para socorrer o sistema de saúde do município de Imperatriz, no Maranhão. A liberação ocorre depois da divulgação de notícias sobre a morte de crianças na região pela falta de unidades de Terapia Intensiva (UTI).

No primeiro trimestre do ano, 15 crianças morreram por não conseguirem atendimento na rede hospitalar de Imperatriz, segundo dados do Ministério Público Estadual. Ainda segundo o MP, a falta de UTI gera longas filas de espera.

Os recursos são destinados para a compra imediata de equipamentos e custeio para 41 novos leitos de UTI, sendo 27 neonatais, dez pediátricos e quatro adultos nos hospitais municipal e regional. A Secretaria de Saúde de Imperatriz deverá buscar leitos na rede privada. Outra linha de trabalho será negociar o atendimento com outros estados, como o Tocantins e o Pará.

De acordo com o secretário de Atenção à Saúde do ministério, Alberto Beltrame, a expectativa é que os leitos estejam prontos para uso dentro de dez dias. Do montante liberado, R$ 4,1 milhões são para compra ou aluguel de equipamentos e R$ 7,2 milhões serão repassados anualmente para manter as unidades em funcionamento.

No ano passado, o município recebeu do ministério R$ 60,1 milhões para os serviços de média e alta complexidade, que inclui UTI, contra R$ 23,1 milhões, em 2002, segundo levantamento do ministério.

De acordo com o secretário, o número de leitos é suficiente para solucionar o problema a curto prazo até a construção de hospital com a capacidade de 300 leitos – um dos acertos da prefeitura de Imperatriz com a equipe técnica do ministério, que esteve na semana passada na cidade. O município é ponto de referência para atendimentos de saúde de 52 cidades. A prefeitura tem 50 dias para apresentar o projeto.

O secretário afirmou que a falta de unidades para tratamento intensivo em Imperatriz e em outras cidades do interior maranhense se arrasta há anos. “A situação do Maranhão em relação aos cuidados intensivos é uma problemática há muitos anos”, disse o secretário à Agência Brasil.

No final do mês passado, as promotorias de Justiça da Saúde e da Infância e Juventude de Imperatriz enviaram recomendação à governadora Roseana Sarney (PMDB) para a instalação de leitos de terapia intensiva ou semi-intensiva no prazo de três meses. Os promotores já haviam encaminhado recomendação semelhante à prefeitura.

A reportagem da Agência Brasil entrou em contato com a Secretaria Estadual de Saúde do Maranhão que informou que só irá se pronunciar sobre o assunto amanhã (6).


Edição: Lílian Beraldo