Servidor público assume Ministério da Previdência

31/03/2010 - 16h09

Lísia Gusmão
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Primeiro servidor público a assumir o Ministério da Previdência Social, Carlos Eduardo Gabas fez hoje (31) uma forte defesa do sistema previdenciário, ao receber o cargo do antecessor, José Pimentel, que deixou o governo para disputar as eleições de outubro.

Comovido, Gabas afirmou, em discurso, que a Previdência deixou de ser "um mal” e passou a ser a maior política de distribuição de renda do país. “A Previdência foi duramente atacada. Era tida como um problema, um mal que deveria ser extirpado. Era simples a alternativa da previdência privada. Mas qual empresa privada vai olhar para os pobres? Tivemos que lutar para que a Previdência não sucumbisse”, disse Gabas.

Para ele, não adianta o país crescer sem olhar para as pessoas. "A Previdência é a maior política de distribuição de renda.”

Gabas acrescentou que a sociedade brasileira não aceitará retrocessos, não importa quem seja o novo presidente da República. “Não sei quem será o presidente em 1º de janeiro de 2011, mas a sociedade brasileira não aceitará retrocessos. Este país pode realizar as coisas, recuperou sua autoestima”, disse ele, em referência ao discurso do presidente Lula na cerimônia de posse dos dez ministros que substituíram os que se candidataram às eleições de outubro.

Servidor público desde 1985, quando ingressou como agente previdenciário, Carlos Eduardo Gabas assumiu a Secretaria Executiva do Ministério da Previdência em 2005. Agora, substitui José Pimentel pré-candidato ao Senado pelo PT do Ceará. “Aqui na Previdência não tem substituição. O que tem é continuidade”, afirmou Pimentel.

Também participaram da cerimônia de transmissão de cargo os ex-ministros da Previdência Ricardo Berzoini, Romero Jucá e Luiz Marinho. Todos ressaltaram que o sistema previdenciário deixou de ser um problema para o Estado.

 “A Previdência movimenta um volume de dinheiro do tamanho do da Petrobras. Problemas sempre existirão. O importante é a capacidade de recursos humanos e tecnológicos, e a vontade política para transformar problemas em soluções”, afirmou Berzoini, primeiro ministro da Previdência do governo Lula.

Edição: Nádia Franco