Aumenta a taxa de desemprego em São Paulo

31/03/2010 - 15h09

Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil

 

São Paulo – A taxa de desemprego na região metropolitana de São Paulo passou de 11,8% em janeiro para 12,2% em fevereiro. O contingente de desempregados em fevereiro foi de 1,29 milhão, 54 mil a mais do que em janeiro.  Os dados são da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), divulgada hoje (31) pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) e o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

 

Foram criadas 42 mil vagas no mês passado, enquanto entraram no mercado de trabalho 96 mil pessoas. O nível de ocupação cresceu 0,5% e o contingente de desocupados ficou em 9,2 milhões de pessoas. Apesar de ter sido maior do que a de janeiro, a taxa de fevereiro ainda foi menor do que a registrada no mesmo período do ano passado, quando ficou em 13,5%.

 

Segundo o coordenador da pesquisa, Alexandre Loloian, o aumento do número de desempregados em fevereiro é típico para o período, mas também foi ocasionado pelo aumento de pessoas em busca de um emprego. “Normalmente, no primeiro trimestre, a taxa sempre aumenta. Mas esse fevereiro tem algumas características especiais. A taxa de ocupados aumentou e a quantidade de pessoas que se apresenta no mercado também cresceu. Normalmente, as pessoas não procuram emprego nessa época e nesse ano procuraram”, explicou.

 

Para Loloian, o aumento da taxa de ocupados e das pessoas procurando emprego estão ligados às expectativas positivas com relação à economia tanto por parte dos empresários quanto dos trabalhadores. “Isso reflete uma conjuntura aparentemente muito positiva para a economia e o mercado de trabalho. As empresas estão contratando e as pessoas que estão desempregadas estão saindo para a rua para procurar emprego, porque recebem sinais positivos desse clima mais favorável.”

 

O nível de ocupação cresceu no setor de serviços (0,8%, com a criação de 41 mil postos de trabalho) e no comércio (1,7%, com 25 mil novas vagas). As quedas ocorreram em outros setores (1,2%, com menos 13 mil) e na indústria (0,6%, com 11 mil postos a menos).

 

“O que nos chamou a atenção em serviços foram os segmentos do setor que cresceram. Não foram aqueles voltados para os cuidados pessoais e, sim, os serviços para as empresas, como transporte, creditícios, especializados, consultorias, aluguéis de equipamentos. Isso nos dá mais uma indicação de que essa retomada do crescimento tem muita consistência e tem a ver com crescimento das empresas”, analisou.

 

A PED indicou ainda que houve aumento dos assalariados (1,3%), reflexo do crescimento dos assalariados no setor privado (1,1%) e no emprego público (3,1%). No setor privado, houve aumento das contratações com carteira assinada de 1,9% e queda de 2,2% dos sem registro. O número de trabalhadores autônomos caiu em 0,7%.


Edição: Lana Cristina