Durval Barbosa diz que Arruda deve explicações

30/03/2010 - 11h23

Lísia Gusmão
Repórter da Agência Brasil


Brasília – Apesar dos apelos dos deputados distritais, o ex-secretário de Relações Institucionais do Distrito Federal (DF) Durval Barbosa não respondeu a perguntas no depoimento marcado para hoje (30) na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Companhia de Desenvolvimento do Planalto Central (Codeplan) da Câmara Legislativa.

 

Autor das denúncias do esquema de corrupção desarticulado pela Polícia Federal (PF) na Operação Caixa de Pandora, ele afirmou que o ex-governador José Roberto Arruda deve explicações à sociedade. Amparado por um habeas corpus, Durval compareceu à Superintendência da PF, onde foi realizada a sessão, uma vez que ele está sob proteção.

Esta foi a primeira aparição pública do ex-secretário desde que a operação foi deflagrada. Bastante abatido, ele disse que a sociedade precisa agora ouvir Arruda.

 

Durval afirmou que teve coragem de se autoincriminar por não aguentar os “achaques” (acusações infundadas) de Arruda e do ex-vice-governador Paulo Octávio. “Eu tive a iniciativa de me livrar desse mal que estava me corroendo”, disse o ex-secretário, autor das denúncias do esquema de corrupção investigado pela Polícia Federal no DF.

 

Esta foi a segunda vez que a CPI tentou tomar o depoimento de Durval. Com um acordo de delação premiado firmado com a Justiça, ele afirmou que já prestou mais de 40 depoimentos.


“Já prestei mais de 40 depoimentos a quem eu realmente confio. A sociedade está ansiosa para ouvir o ex-governador Arruda, o ex-vice-governador Paulo Octávio, seus assessores, os secretários e os deputados envolvidos. Eu estou sob compromisso não aqui, mas lá fora. E eu não vou quebrar esse compromisso, não sou de quebrar compromisso. A sociedade tem muito mais vontade de ouvir Arruda se explicar, Paulo Octávio se explicar, como eu me expliquei”, disse.


Durval conseguiu na Justiça uma decisão que o protegeria em caso de recusa em responder às perguntas dos deputados distritais. A decisão do desembargador Mário Machado dispensa o ex-secretário de assumir compromisso legal como testemunha e de responder perguntas que impliquem, o incriminem ou violem o sigilo do Inquérito 650 da Caixa de Pandora, que está no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Assim, Durval teve assegurado o direito de permanecer em silêncio.

 

Edição: Juliana Andrade