Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Dois meses e meio após o terremoto que devastou o Haiti, representantes de cerca de 100 países se reúnem amanhã (31) durante a Conferência Internacional de Doadores para um Novo Futuro do país caribenho. O objetivo é definir de forma clara e direta como será a aplicação dos recursos doados para os haitianos, assim como as prioridades e quem coordenará as ações. Dados indicam que serão necessários, no mínimo, US$ 3,5 bilhões para a reconstrução do país, podendo chegar a US$ 11,5 bilhões.
A estimativa é que cerca de US$ 4 bilhões serão aplicados em projetos e programas específicos nos próximos 18 meses. Há ainda a ideia de criar um fundo específico para o Haiti que deverá ter os recursos investidos na próxima década.
O Brasil, ao lado do Canadá, da França e da Espanha, ocupará a copresidência da conferência. O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, já viajou para Nova York, onde será realizada a sessão da Organização das Nações Unidas (ONU).
Durante a conferência, Amorim deverá anunciar novas ofertas de ajuda ao Haiti com base na perspectiva de desenvolvimento social e econômico de longo prazo.
Na reunião, o governo do presidente do Haiti, René Préval, vai apresentar seu Plano de Ação para a Recuperação e Desenvolvimento do país.
De acordo com dados do Itamaraty, o governo brasileiro já repassou ao Haiti o equivalente a R$ 340 milhões em recursos suplementares. Também foram enviadas mais de 1.000 toneladas de alimentos, água e remédios doados em vários voos especiais da Força Aérea Brasileira e como parte da carga de dois navios da Marinha.
O governo brasileiro também repassou para o Haiti US$ 17 milhões referentes a doações de diversas organizações internacionais.
Outra participação no apoio à reconstrução do Haiti por parte do Brasil é a ação da Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (Minustah).
O terremoto do dia 12 de janeiro, de 7 graus na escala Richter, matou cerca de 222 mil pessoas no Haiti e desabrigou 1,3 milhão. Prédios públicos, inclusive a sede do governo e a casa do presidente da República, vieram abaixo. Residências, lojas e pontes também foram destruídos .
Segundo a ONU, 3,5 milhões de vítimas no Haiti receberam um total de US$ 260 milhões em doações, como arroz, farinha, feijão, óleo e outros suprimentos.
Edição: Juliana Andrade