Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente da emissora de televisão oposicionista venezuelana Globovisión, Guillermo Zuloaga, foi libertado na noite de ontem (25), mas a Justiça proibiu o empresário de deixar o país enquanto não for a julgamento pela acusação de ofensa ao presidente da Venezuela, Hugo Chávez. Ele foi detido pelas autoridades venezuelanas, acusado de "difamar" Chávez. As informações são da BBC Brasil.
Zuloaga foi preso na manhã de ontem no aeroporto de Falcón, no Norte da Venezuela - de onde viajaria à Ilha de Bonaire, no Caribe. O Ministério Público argumentou que a ordem de prisão foi emitida devido ao temor de que o empresário tentasse fugir para não responder a um processo em que é acusado de ter feito declarações falsas contra Chávez, no último fim de semana.
A prisão de Zuloaga ocorreu um dia após o Congresso Nacional ter pedido ao Ministério Público a abertura de uma investigação contra o empresário, por "falsas declarações" emitidas na reunião da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) no fim de semana passado.
No encontro da SIP, Zuloaga teria dito que Chávez ordenou que militares disparassem em manifestações que ocorreram durante o fracassado golpe de Estado de 11 de abril de 2002, quando 19 venezuelanos, entre chavistas e opositores, foram assassinados por francoatiradores.
A Globovisión é considerada o principal canal opositor. Para o governo, o comando da emissora teria colaborado para o golpe de Estado contra Chávez. Desde 2002, há uma disputa entre o governo e a Globovisión, mas no ano passado, a situação se agravou.
Em junho de 2009, a Receita Federal da Venezuela aplicou multa de US$ 2,2 milhões (cerca de R$ 4,98 mi) à Globovisión, alegando sonegação de impostos.
Há três dias, Álvarez Paz, ex-governador do Estado de Zulia, foi preso depois de acusar o governo venezuelano de colaborar com o narcotráfico, a partir de contatos com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). A acusação foi feita em um programa do canal Globovisión.