Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A exemplo do que se pretende fazer na zona portuária do Rio de Janeiro, a região de São Cristóvão também caminha para a revitalização, numa ação conjunta entre os governos estadual e municipal e o setor privado. O antigo bairro imperial do Rio inaugurou hoje (18) o 1º Circuito de Moda Carioca, com a intenção de tornar o polo de moda local e uma referência para o Brasil e o mundo nesse segmento.
A informação foi dada pelo gestor do Polo de Confecções de São Cristóvão no Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado do Rio de Janeiro (Sebrae/RJ), Rodrigo Alfonso. O Arranjo Produtivo Local (APL) de São Cristóvão reúne até agora 55 micro e pequenas confecções de vestuário e as principais grifes nacionais de moda, além de 800 fornecedores.
“Além de aumentar as vendas das empresas, das grifes e confecções, tem aquilo de trazer as pessoas para reconhecerem de novo o bairro. Faz parte dos planos da prefeitura e do governo do estado a revitalização desse local”, disse Alfonso. “A ideia é atrair novos empreendedores para que vejam o bairro com outros olhos. É um local bom para investir, tem grande potencial para o comércio, assim como ocorreu com a Lapa, anos atrás. O circuito vai alavancar esse potencial de São Cristóvão”.
A localização central do bairro e as facilidades que apresenta de integração com outras áreas da cidade contribuem para isso, afirmou o gestor do APL no Sebrae/RJ. O público que comparecer ao 1º Circuito de Moda Carioca até o próximo dia 21 será convidado a visitar os museus do bairro e a participar do festival gastronômico oferecido pelos restaurantes locais.
Utilizando um conceito já difundido no exterior, de aliar a parte econômica à cultural, o circuito quer mostrar às pessoas que São Cristóvão não se restringe ao Jardim Zoológico e à feira de produtos nordestinos que se realiza no bairro desde 1945, hoje abrigada no Centro Municipal Luiz Gonzaga de Tradições Nordestinas.
“A gente quer mostrar outras atrações de São Cristóvão”, diz Alfonso. Ele revelou que ainda este ano os organizadores do circuito, que englobam a Federação das Indústrias do Estado do Rio (Firjan) e a Universidade Veiga de Almeida (UVA), pretendem elaborar estudo específico sobre o segmento da moda no bairro.
Levantamento preliminar indica que as 55 empresas que integram o APL respondem pela geração de 4 mil empregos diretos e faturam cerca de R$ 700 milhões/ano. “Queremos tornar São Cristóvão, em relação à moda, o principal lançador de tendências. Que São Cristóvão se torne referência na moda brasileira, porque ali estão as principais grifes não só na parte de confeccionar, mas de desenvolver produtos.”
Esse é o diferencial do bairro de São Cristóvão, assinalou Alfonso. “As grandes grifes e o desenvolvimento da moda estão em São Cristóvão, diferentemente do que ocorre em outros polos. Dali saem produtos para o resto do Brasil e para o mundo”. Ele não tem dúvidas de que o estreitamento da relação com as marcas da moda contribuirá para fazer as pequenas confecções da região crescerem.