Lula defende união de grupos palestinos para alcance da paz no Oriente Médio

17/03/2010 - 17h55





Fernanda Isidoro
Enviada Especial da EBC


Brasília – Desde o início de sua viagem ao Oriente Médio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem afirmado que a união dos grupos palestinos Hamas e Fatah é fundamental para que a paz na região seja alcançada.

Hoje (17), logo após encontro com o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, Lula respondeu que “o Brasil deve estar disposto a conversar com quem quer que seja, com quem quer que tenha importância na mesa de negociação, com quem quer que possa influir para que a gente conclua o acordo de paz no Oriente Médio”, ao ser perguntado se estaria disposto a conversar com o Hamas, o grupo islâmico que controla a Faixa de Gaza.

Sobre a crise de Israel com os Estados Unidos, que teve início após o anúncio, por parte de Israel, da construção de 1,6 mil casas em Jerusalém Oriental, Lula acredita que o impasse pode, no final das contas, ajudar. “De vez em quando, acontecem coisas impossíveis. O que parecia impossível aconteceu: os Estados Unidos tendo divergências com Israel. Quem sabe essa divergência era a coisa mágica que faltava para que se chegasse ao acordo.”

Em seu discurso, o presidente disse que o bloqueio à Faixa de Gaza, por parte de Israel, não pode continuar e que “o muro da separação deve vir abaixo.” “O mundo não suporta mais nenhum tipo de muro”, declarou Lula. Ele voltou a criticar a construção de casas em território palestinos. “A ampliação dos assentamentos também deve parar sob pena de apagar definitivamente a chama da esperança”.

Na Cisjordânia, território de ocupação palestina, Lula foi à Mukata, sede do governo palestino, onde fica o mausoléu de Yasser Araft, pai do movimento nacionalista palestino. Lá, depositou flores.

Na cidade de Ramallah, na Cisjodânia, foi batizada hoje uma rua com o nome de Brasil. Brasileiros e árabes que já viveram no Brasil participaram da inauguração, portando bandeiras e cartazes onde se lia: Brasil e Palestina – sempre amigos

Na sequência, Lula esteve na Jordânia, um dos países que mais receberam refugiados palestinos. Além do Egito, foi o único país árabe a assinar um acordo de paz com Israel. O presidente foi recebido pelo rei Abdullah II ibn Al Hussein e a rainha Rania.

Amanhã (18), o presidente Lula se encontra com senadores jordanianos e com o primeiro-ministro do país, Samir Rifai. Ele participará ainda de um seminário empresarial Brasil–Jordânia.