Ahmadinejad defende que mulheres integrem comando da Organização da Conferência Islâmica

17/03/2010 - 14h41



Renata Giraldi e Paula Laboissière
Repórteres da Agência Brasil

Brasília - O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, quer que uma mulher passe a integrar a cúpula da Organização da Conferência Islâmica (OCI). Ligada às Nações Unidas, a OCI é uma organização intergovernamental que reúne integrantes de 57 países muçulmanos. Para Ahmadinejad, uma mulher em um cargo de comando representa a visão progressista do Islã sobre o papel feminino e seu fortalecimento na sociedade.

Para o presidente, a escolha de uma mulher para um cargo de comando seria um avanço e indicaria a restauração dos direitos femininos e o estímulo a suas habilidades. Segundo ele, a iniciativa fortaleceria a atuação das mulheres na sociedade, de acordo com informações divulgadas pela agência iraniana de notícias Irna.

Ahmadinejad encaminhou hoje (17) a sugestão de indicação de um nome feminino à OCI. Na carta ao secretário-geral do órgão, Ekmeleddin Ihsanoglu, ele pediu que a escolha seja baseada nos nomes que fazem parte da sociedade muçulmana.

Segundo o presidente, a proposta é baseada na visão progressista do Islã sobre as mulheres e no papel delas no desenvolvimento da sociedade muçulmana. De acordo com ele, a sugestão segue as orientações da OCI.

No Irã, as mulheres são controladas sob o rigor da sharia – conjunto de regras baseada em vários princípios do Islamismo - que impõe a determinação de que elas só podem dirigir e trabalhar com a permissão dos maridos. A palavra do homem vale mais do que a da mulher. Apesar desse rigor, elas representam mais da metade dos alunos universitários.

A Revolução Islâmica, em 1979, no Irã ascendeu os líderes religiosos ao comando do país. A obediência aos preceitos religiosos é cobrado de homens e mulheres. Embora o rigor seja maior para as pessoas do sexo feminino, em 1996 14 mulheres foram eleitas para o Legislativo do país.