Alex Rodrigues
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Ministério Público do Distrito Federal (MPDF) espera que o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) impeça que 26 deputados distritais e suplentes participem da votação da abertura de dois processos criminais contra o governador afastado José Roberto Arruda (sem partido). Arruda está preso há mais de um mês na Superintendência da Polícia Federal em Brasília.
Segundo o TJDFT, os promotores do Ministério Público protocolaram hoje (16) à tarde ação civil pública contra os supostos envolvidos no esquema de corrupção denunciado pelo ex-secretário de Relações Institucionais do Distrito Federal Durval Barbosa.
Para o MP, esses políticos – cujos nomes ainda não foram divulgados – não têm condições de participar da votação, já que estariam sob suspeição. De acordo com a Lei Orgânica do Distrito Federal, compete à Câmara Legislativa autorizar a instauração de processo criminal contra o governador.
Segundo Durval, integrantes da equipe de governo cobrariam propina de empresas privadas contratadas para prestar serviços ao governo do Distrito Federal. Ainda de acordo com o ex-secretário, parte destes recursos eram distribuídos a distritais da base governista, em troca de apoio político. O restante seria repartido entre os próprios membros do governo, como o governador Arruda – apontado como líder do esquema – e o então vice-governador Paulo Octávio, que também deixou o cargo pouco depois de assumir a chefia do Executivo.
Ainda de acordo com o TJDF, a ação já foi encaminhada para a apreciação do juiz Vinicius Santos Silva, o mesmo que, em janeiro, determinou o afastamento de oito deputados distritais da votação do processo de impeachment do governador.