Condições climáticas e uso de tecnologia podem garantir em 2010 novo recorde de safra agrícola

09/03/2010 - 13h23




Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - As chuvas abundantes e os maiores investimentos tecnológicos por parte dos agricultores são os principais fatores que levaram o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a elevar sua estimativa para a safra agrícola de 2010, que deve totalizar 145,1 milhões de toneladas. De acordo com dados divulgados hoje (9) pelo instituto, o volume esperado representa um novo recorde histórico, acima da marca atual de 144,1 milhões de toneladas de grãos, verificada em 2008.

A nova projeção para a safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas é 1,2% maior do que a feita em janeiro (143,4 milhões de toneladas) e 8,5% superior à safra de 2009, de 133,8 milhões de toneladas.

De acordo com o gerente de Agricultura do IBGE, Mauro Andreazzi, o cenário é bastante favorável aos principais produtos da safra brasileira: o milho, cuja produção deverá somar 52,4 milhões de toneladas, com aumento de 2,6% em relação à safra anterior; e a soja, que tem produção prevista de 66,9 milhões de toneladas, 17,4% maior do que a registrada no ano passado.

“O clima está ajudando muito, o que tem permitido ganhos na produtividade. Em 2009, essas culturas sofreram os efeitos do veranico [período de estiagem com calor forte durante a estação fria], mas agora mostram recuperação. Além disso, os agricultores puderam empregar mais tecnologia em suas culturas, incentivados pela queda de até 50% nos preços do adubo”, explicou.

De acordo com o documento divulgado pelo IBGE, entre os 25 produtos selecionados, 15 apresentam variação positiva na estimativa em relação à safra de 2009. São eles: mamona em baga (86,6%), feijão em grão primeira safra (23,1%), soja em grão (17,4%), café em grão (14,4%), cevada em grão (11,8%), triticale em grão (9,9%), trigo em grão (9,4%), milho em grão segunda safra (8,4%), batata-inglesa segunda safra (8,4%), cebola (5,7%), laranja (4,1%), mandioca (3,6%), algodão herbáceo em caroço (2,1%), cana-de-açúcar (2,0%) e batata-inglesa primeira safra (1,1%).

Os dez produtos que apresentaram variação negativa são: amendoim em casca segunda safra (-27,7%), feijão em grão terceira safra (-14,1%), aveia em grão (-10,0%), amendoim em casca primeira safra (-9,3%), batata-inglesa terceira safra (-6,1%), feijão em grão segunda safra (-5,9%), arroz em casca (-5,0%), sorgo em grão (-3,2%), cacau em amêndoa (-2,1%) e milho em grão primeira safra (-0,4%).

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